
O ditado popular ‘é melhor prevenir do que remediar’ se robustece por meio de ações de prevenção desenvolvidas pelo Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) e pelo Grupo de Articulação Comunitária (GAC), ambos vinculados à Polícia Militar de Alagoas, e pelo Programa Bombeiro Mirim do Corpo de Bombeiros Militar. Juntos, os dois programas, com base socioeducativa, já atenderam cerca de 20 mil jovens no primeiro semestre de 2017 em Alagoas.
Com propostas diferenciadas, os programas têm em comum a necessidade de prevenir situações que possam prejudicar a saúde e os estudos de crianças e jovens atendidas pelas redes pública e privada de ensino, motivando a cultura de paz e despertando uma conscientização sobre cuidados pessoais e coletivos.
No tocante aos programas vinculados à Polícia Militar, as ações preventivas também promovem aproximação entre policiais e comunidade. Hoje, a Secretaria da Segurança Pública inicia uma serie de matérias sobre os três programas institucionais mencionados, iniciando com o Proerd.
Proerd atende mais de 17 mil jovens no primeiro semestre
Presente em mais de 60 países, o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) é vinculado à Polícia Militar. Surgiu nos Estados Unidos, idealizado por um policial e uma professora, após identificarem jovens se envolvendo com drogas lícitas e ilícitas. A ideia foi desenvolver um trabalho que evitasse o contato e abuso de drogas por estudantes que ainda não usavam.
Em Alagoas, o Proerd está há 15 anos em atuação, contando com um efetivo de 17 policiais, sendo 13 instrutores, habilitados com cursos específicos da doutrina proerdiana, com currículos e metodologias diferenciados para cada público-alvo – estudantes e seus pais -, além de representações sociais e instituições que atendam crianças em estado de vulnerabilidade.
As ações do Proerd têm sido estendidas para o interior do Estado, levando para áreas urbanas e rurais as orientações sobre os males que as drogas causam. No primeiro semestre de 2017, o Proerd já atendeu cerca de 40 escolas alagoanas, cerca de 17 mil e 500 estudantes formados pelo programa.
Habilitação
Dentre os cursos que habilitam os policiais a serem instrutores do Proerd estão o de instrutor, mentor e instrutor para o currículo pais, que seguem uma metodologia definida com base nos princípios da proposta norte-americana, mas com adaptações para a realidade local.
Dare, como foi apelidado carinhosamente o leão mascote do Proerd, também faz parte das atividades. Ele acompanha os instrutores e faz sucesso entre as crianças. Os policiais instrutores utilizam recursos audiovisuais e a liberdade criativa, dentro de uma proposta pedagógica, para reforçar os ensinamentos em sala de aula.
O encerramento do curso com as crianças da educação infantil e primeiras séries do ensino fundamental é comemorado com uma formatura, com direito a juramento para ficar longe das drogas, canto e coreografia da música carro-chefe do Proerd.
Para os jovens das séries finais do ensino fundamental e ensino médio é oportunizada a realização de uma gincana sobre os conhecimentos adquiridos. Eles costumam encenar, compor paródias ou montar coreografias dentro de temas estabelecidos pela coordenação do Proerd.
Formação continuada
Os soldados klésia Lins e Hugo Torres são instrutores veteranos do Proerd e se sobressaem pela criatividade. Torres costuma improvisar contando histórias e realizando encenações teatrais para ensinar aos alunos o perigo que as drogas representam.
“Passei a trazer o cotidiano dos alunos para um momento teatral, ou seja, histórias que a maioria das pessoas normalmente vive. Percebi que isto, além de promover aproximação entre o policial e os alunos, também favorece o entendimento sobre a informação que passamos. Numa perspectiva metodológica construtivista, os alunos participam ativamente da construção do conhecimento, tornando eficiente nossa proposta de prevenção”, ressaltou Torres.
Klésia Lins é pedagoga de formação e utiliza seus conhecimentos para dinamizar as aulas com criatividade e motivação para o que ela chama de ‘desafios’. Um deles é a composição de paródias a partir de músicas populares com apelo para a sensualidade ou drogas.
“Incentivamos a criatividade e a socialização, partindo de assuntos do cotidiano dos jovens e crianças. Provamos para eles que as músicas de cunho pejorativo ou sexual podem ser adaptadas para algo positivo em que eles mesmos são os ‘criadores’ e acabam cantando e ouvindo a versão adaptada com temas como paz e amor”, descreveu Klésia.
Coordenado pela coronel da Reserva Remunerada, Valdenize Ferreira, o Proerd defende a formação continuada dos instrutores para que haja a excelência no aproveitamento. “É importante oportunizar a atualização de conhecimentos para que os estudantes sejam bem orientados. A proposta do Proerd é inovar para informar com segurança e qualidade”, afirmou a coordenadora em meio aos bichos de pelúcia utilizados pelo programa.
Anualmente, os instrutores passam por cursos de atualização para renovar os conhecimentos e adquirir novas informações para serem trabalhadas em sala de aula. No final do primeiro semestre deste ano, os policiais instrutores passaram por uma capacitação para aplicação de nova proposta pedagógica para os alunos da educação infantil ao ensino médio.