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Mutum-de-Alagoas retorna ao seu estado de origem no ano do bicentenário

Após 30 anos sem registros na Mata Atlântica do Estado, mutum-de-alagoas volta pra casa
Texto de Nigel Santana

Com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), uma iniciativa relevante para a preservação de espécies raras está prestes a ocorrer, justamente no ano em que se comemora o bicentenário de Alagoas. Está confirmada a reintrodução do mutum-de-alagoas, ave símbolo do Estado, no dia 22 de setembro.

 

São quase 30 anos sem registros dessa ave na Mata Atlântica alagoana e, por isso, um grupo de trabalho formalizado por Semarh, Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Ministério Público Estadual (MPE) e Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), atuou de forma efetiva para trazer de volta uma espécie tão representativa para o Estado.

 

Para dar mais robustez ao ato de reintrodução do mutum, o governador Renan Filho publicou um decreto em Diário Oficial do Estado (DOE), em meados de julho, fortalecendo assim a proteção à espécie genuinamente alagoana.

 

Inicialmente, o mutum será encaminhado para uma reserva localizada na Usina Leão, no município de Rio Largo. Ao se adaptar com o clima da região alagoana, outras espécies estarão preservadas em Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).

 

Para o secretário de Estado do Meio Ambiente, Alexandre Ayres, os órgãos que tratam desta temática atuaram conjuntamente para trazer de volta o mutum para o seu local de origem. Ayres acrescenta que Alagoas segue avançando no trato das questões de preservação de espécies graças à parceria com outros órgãos. “A reintrodução do mutum, ave símbolo do nosso Estado, é uma conquista, pois há mais de 30 anos não tínhamos registros desta espécie”, ressalta o secretário.

 

Também atuante nesta discussão, o gerente de Gestão Ambiental e Clima da Semarh, Eduardo Barreto, considera que o Estado está preparado para receber o mutum devido às RPPNs que estão criadas em áreas com mais de 970 hectares.

 

“Todos os agentes envolvidos concederam uma grande contribuição para a preservação de áreas em Mata Atlântica nos municípios de Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos”, explica.

 

A primeira área utilizada para reintrodução da espécie será o Centro de Educação Ambiental Pedro Mario Nardelli, em Rio Largo. O nome foi escolhido para homenagear o pesquisador que se dedica ao trabalho de preservação do mutum há mais de 42 anos.

 

De acordo com Fernando Pinto, presidente do Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), atualmente existem cerca de 230 aves. Já no criatório de Pedro Mario Nardelli, são 121 mutuns.

 

Em relação à segurança para preservação dos pássaros, o Batalhão de Proteção Ambiental (BPA) terá um papel preponderante, uma vez que uma das causas dos riscos de extinção da espécie foi a caça, bem como o desmatamento para o plantio de canas-de-açúcar.

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