Com obras estratégicas em execução em todas as regiões, o governo tem sido um dos maiores geradores de postos de trabalho em Alagoas. Segundo levantamento do Estado, obras como as do Hospital da Mulher e do Hospital Metropolitano, em Maceió; intervenções em mobilidade urbana, duplicação de rodovias e a construção de escolas e ginásios já geraram 7.632 empregos diretos na capital e no interior.
Com 157 escolas reformadas, 38 ginásios construídos e outras 25 obras em andamento, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) se destaca com mais de 2 mil empregos gerados. A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra) já empregou mais de 2.900 pessoas em empreendimentos como o Canal do Sertão, a adutora da Bacia Leiteira, a adutora do Alto Sertão e o Marco Referencial de Maceió, além de serviços de melhoria e implantação de sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário na capital e no interior.
O volume de empregos gerados pelas obras do Estado chega a superar os números do setor sucroenergético, tradicionalmente apontado como a área que mais absorve mão de obra em Alagoas. De acordo com os dados divulgados no final de outubro pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), o saldo de empregos gerados pelo setor no início da safra da cana de açúcar em 2017 foi de 7.418 postos de trabalho.
Na avaliação do professor de Economia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fábio Guedes, ao mesmo tempo em que o Governo do Estado realiza investimentos importantes e estratégicos, garante a sustentação de um mercado de trabalho que vinha em forte queda, especialmente na construção civil.
“Se não fosse a crise do setor sucroalcooleiro, os indicadores do emprego em Alagoas seriam muito diferentes dos apresentados para a região Nordeste. Mas, mesmo assim, sem essa participação dos investimentos governamentais, a situação estaria ainda mais difícil. Portanto, serve como um colchão amortecedor para a crise do desemprego não ser ainda maior em Alagoas como no restante do país”, observou Fábio Guedes.
O governador Renan Filho afirma que Alagoas está organizado fiscalmente e, por isso, tem condições de fazer investimentos com recursos próprios, gerando impactos positivos à economia, num momento ainda sombrio para o Brasil do ponto de vista financeiro.
“Alagoas se recupera dessa crise nacional aguda. O Estado já gerou mais de sete mil postos de trabalho com as obras que toca. Isso é importantíssimo para substituir os empregos que a crise levou. Quando essa crise nacional passar, estaremos ainda mais sólidos e preparados para avançar cada vez mais”, afirmou Renan Filho.
Ele lembrou que hoje, Alagoas tem condição de pagar os salários de seus servidores em dia, honrar compromissos com os fornecedores, além de fazer os investimentos necessários.
“Isso é algo bastante significativo. Muitos Estados brasileiros não conseguem fazer isso e esse final de ano vai ser muito difícil. Uma série de Estados não terão condições de pagar o 13º salário no prazo”, recordou o governador.
Interior
Municípios como Porto Calvo, na Região Norte, onde está sendo construído o Hospital Regional do Norte, já percebem os efeitos econômicos do empreendimento, orçado em R$ 30 milhões. No momento, 100 pessoas trabalham na obra, mas, em seu auge, até 200 funcionários deverão atuar diariamente no local. Essa mão de obra, de acordo com o engenheiro civil Ivandro Barros, um dos responsáveis pelos serviços, será contratada prioritariamente na própria cidade.
“Somente traremos de fora a equipe do administrativo e alguns profissionais específicos, além dos equipamentos, veículos e máquinas próprios da construtora. Alguns materiais de construção, combustíveis e mobílias também estão para ser comprados de comerciantes locais. A alimentação dos operários, por exemplo, está sendo preparada por um restaurante da cidade. Ou seja, no final todos saem ganhando”, diz o engenheiro.
A empresária Valdete de Brito, proprietária de um restaurante instalado nas imediações do Hospital Regional, já aponta o crescimento no fluxo de frequentadores e revela sua expectativa positiva com o andamento da obra.
“Apesar de cedo, o movimento aumentou muito por aqui, o que eu acho ótimo para todos os comerciantes. Aqui sempre foi um local de passagem, poucos eram aqueles que trafegavam pela estrada e desciam do carro. Amanhã eu imagino que haverá muitas pessoas caminhando nas proximidades do hospital, a procura de um lugar para comer e outras necessidades pessoais”, comemora.
Fábio Guedes analisa que a abertura de postos de trabalho no interior do Estado é ainda mais importante, uma vez que as oportunidades de emprego são mais escassas em comparação à capital, onde se concentram as atividades econômicas.
“Com a diminuição no escopo de importantes programas sociais e de políticas federais, a geração de empregos no interior ajuda a movimentar as economias locais porque as famílias gastam praticamente tudo o que ganham ali, principalmente com itens como alimentos e medicamentos. Isso também ajuda na interrupção de um fluxo migratório bem maior de pessoas do interior para as cidades médias do estado atrás de oportunidades ou mesmo para mendigarem, quando a situação alcança o extremo para elas”, analisou o economista.
Em Maceió, o Hospital da Mulher e o Metropolitano empregam, juntos, 500 trabalhadores da construção civil, totalizando um investimento de R$ 90 milhões.
A Secretaria de Estado do Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) também apresenta números relevantes na geração de empregos com mais de 1.100 postos de trabalho abertos a partir de iniciativas como o programa Vida Nova nas Grotas, onde 550 moradores das próprias comunidades beneficiadas em Maceió trabalham nos serviços de mobilidade urbana.
O programa Pró-Estrada, responsável pela recuperação de vias urbanas, acessos e implantação de estradas em 60 municípios, emprega mais 600 pessoas em 60 municípios.
Na área de Segurança Pública, os empregos estão sendo gerados na construção dos batalhões de Polícia Militar em Delmiro Gouveia e Penedo, dos Centros Integrados de Segurança Pública (Cisps), do Complexo de Delegacias Integradas e na reforma de delegacias pelo interior. Nessas ações, o Governo emprega mais 820 trabalhadores.