Trabalhadores rurais Sem Terra de todo o estado de Alagoas estão se organizando para ocupar a Praça da Faculdade, no bairro do Prado, a partir da próxima quarta-feira (5), quando acontece mais uma edição da Feira da Reforma Agrária. O evento prossegue até o dia 8 de setembro.
Realizada anualmente pelo MST, a Feira da Reforma Agrária já integra o calendário dos camponeses e camponesas, mas também da população maceioense, que já aguarda os dias da comercialização do que é produzido pelos Sem Terra de Alagoas.
De acordo com Débora Nunes, da coordenação nacional do MST, a Feira é um importante momento de aproximação do campo com a cidade. “É durante os dias de Feira que a população consegue enxergar concretamente os resultados da luta e da organização dos Sem Terra”, explicou.
“Quem visita a feira compreende que a produção de alimentos que estará em nossas bancas é resultado das ocupações, marchas e das diversas lutas realizadas na defesa da Reforma Agrária e dos direitos do povo”.
Reunindo representação dos acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária de todas as regiões do estado de Alagoas, a feira leva à capital uma demonstração da diversidade do que é produzido no campo alagoano, pelas mãos dos camponesesorganizados e em movimento.
Segundo Débora, que integra o Setor de Produção do MST, esse ano a feira deve superar os números de 2017 no que diz respeito ao número de feirantes nos quatro dias de atividade na capital.
“Nossa expectativa esse ano, mesmo nas adversidades e dificuldades que enfrentamos, é a de fazer uma grandiosa Feira da Reforma Agrária. Já são mais de 200 feirantes confirmados com suas bancas para participar do evento, com uma grande variedade de produção de alimentos do Sertão ao Litoral do estado”, destacou Nunes.
Trabalhadores rurais de diversas regiões do estado participam do evento
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Programação
Na próxima quarta-feira (5), nas primeiras horas do dia, os maceioenses poderão aproveitar da comercialização dos alimentos na Praça da Faculdade, onde todos os produtos serão vendidos abaixo do preço do mercado convencional.
Além das mais de 200 bancas organizadas ao longo da praça no bairro do Prado, quem visitar a feira também poderá participar de uma série de atividades, além de acompanhar uma vasta programação.
O tradicional Festival de Cultura Popular que, este ano, conta com cerca de 20 atrações, vai levar uma diversidade de atividades culturais à Praça, como o Coco de Roda, Maracatu, Samba, Forró, com a participação de diversos grupos culturais e artistas, como é o caso da patrimônio vivo da cultura alagoana, Dona Zeza do Coco, que vai ao palco na primeira noite do Festival.
“Uma das novidades esse ano da Feira é o Palco Raquel Xukuru-Kariri, um novo polo de atrações culturais que vai funcionar durante todas as tardes, com atividades diversas como teatro, poesia e oficinas de artes”, explicou José Roberto, da coordenação do MST.
O palco que vai homenagear a líder indígena de Palmeira dos Índios que morreu esse ano e deve movimentar as tardes da feira com diversas linguagens da arte e da cultura.
“Além disso, o Restaurante Popular vai funcionar todos os dias com o melhor da culinária da roça, com um cardápio exclusivo para os homens e mulheres que queiram saborear um bom café da manhã, almoço ou jantar com gostinho do campo”, disse José Roberto.