Um exemplo de como é importante um bom aeroporto para o desenvolvimento do turismo, foi o que ocorreu com a transferência da JPA Travel Market de João Pessoa na Paraíba para Fortaleza, no Ceará. O anunciou foi realizado no encerramento do evento na última sexta-feira em João Pessoa e causou protestos do Governo Paraibano, que não se empenhou para melhorar o seu aeroporto.
Segundo Cláudio Júnior e Bruno e Breno Mesquita organizadores do evento a malha aérea foi mesmo o principal fator que levou a JPA Travel Market, a deixar a Paraíba e seguir com a feira para Fortaleza. Segundo eles, o crescimento do evento – que agora se chama Brazil Travel Market – está condicionado à saída de João Pessoa, já que sua atual oferta de voos e de leitos não comportou o aumento de participantes de um dos principais eventos do Nordeste.
“O nosso foco maior está na internacionalização. João Pessoa só recebe um voo internacional por semana, que é para a Argentina. Como vamos trazer mais estrangeiros com esse voo? Fortaleza é o hub da Gol, Air France-KLM, conta com voos da Air Europa e está em negociação com outras empresas. Agradecemos muito a todo o trade paraibano que nos apoiou nestes nove anos, mas a mudança foi necessária”, disse Claudio Junior.
Segundo os organizadores, as negociações começaram em novembro do ano passado, durante a WTM Londres. No passado, outros dois Estados (que eles optaram não revelar quais) já tinham feito uma proposta semelhante. “Antes queriam tornar a feira itinerante, assim como era a Abav no passado”, afirmou Breno.
Eles revelaram ainda que incentivos fiscais ajudaram na mudança, mas não entraram em detalhes. O que de fato tem até agora é que há um contrato de realização da Brazil Travel Market pelos próximos três anos em Fortaleza. As datas previstas para a realização dos encontros são, dias 23 e 24 de outubro, em 2020; 29 e 30, em 2021; e 21 e 22, em 2022.
Mas isto não está batido, já que Claudio revelou que há uma pesquisa em andamento para entender se os expositores preferem ter um dia a mais na programação da feira. “Para captar o estrangeiro, entendemos que três dias pode ser uma excelente saída. Mas queremos ouvir nossos parceiros e saber se eles acham isso também”, afirmou Junior.
CONCORRE COM ABAV E WTM?
Claudio disse que a internacionalização da feira começou a se tornar necessária quando o número de expositores do Brasil começou a cair, em razão da crise financeira que assolou o País nos últimos anos. No entanto, ele ressalta que foi a presença do fornecedores brasileiros que fizeram a Brazil Travel Market chegar a sua nona edição.
Questionados se a intenção seria concorrer com feiras como Abav Expo e WTM, os sócios e organizadores disseram apenas que querem estar no top 3 das feiras de Turismo no Brasil. “Pregamos pela qualidade, e não pela quantidade. Muitas feiras divulgam que receberam dez ou 15 mil visitantes, mas contabilizam todas as entradas de uma única pessoa. A gente conta pelo CPF. Ou seja, você pode entrar e sair aqui que contaremos apenas como um visitante”, disse Breno.