O tráfico de drogas tomou conta de 97,31% de 1.599 municípios brasileiros, pelo menos esses são os números mostrados na pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A circulação de crack especificamente foi apontada por 73,80% dos Municípios que participaram do estudo – disponível on-line na Biblioteca da entidade e com dados atualizados no mapa do Observatório do Crack. Um dos pontos levantados é a capilaridade do problema, que alcança pequenas e grandes cidades, mais próximas ou distantes de grandes polos ou mesmo da fronteira do país. Isso porque 87,3% dos Municípios pesquisados são localidades de pequeno porte — ou seja, possuem menos de 50 mil habitantes. Os traficantes ampliam seus tentáculos para pequenas cidades e cooptam jovens em situação de vulnerabilidade familiar que são as principais vítimas, aliado a ausência de repressão policial para banir tráfico dessas comunidades. O presidente da CNM Glademir Aroldi que falta de recursos para enfrentar a temática. Segundo ele não é possível ter um Caps em todas as cidades. Ele defende descentralização de serviços regionalizados, com apoio da União e dos Estados também.
Resposta
Segundo o estudo, 50,16% das gestões que responderam à pesquisa desenvolvem ações com recurso próprio. Além disso, apenas 28,72% possuem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que prestam serviços de saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional. As principais áreas afetadas pelo uso de drogas são saúde (67,92%), segurança (61,48%), assistência Social (60,48%) e educação (56,47%).
Nível
Quanto ao nível dos problemas causados pelo consumo e circulação de drogas, 49,73% apontaram que o nível é médio ante 36,24% que acham o nível alto e 13,68% que indicaram nível baixo.
Classificação
A situação é analisada e classificada pelos gestores na pesquisa com base em suas próprias percepções. Portanto, não há números delimitando os níveis. Na análise da situação apenas em relação ao crack, 46,99% veem nível médio de problema, 29,94%, nível alto e 20,79% nível baixo.
Observatório do Crack
Dados de usuários de drogas nos Municípios são raros, como confirma o estudo do Observatório do Crack: apenas 22,45% dos pesquisados têm estimativas desse grupo. O baixo índice já era esperado, pois há uma falta de informatização dos sistemas e também entre as áreas que trabalham com a temática.
Usuários itinerantes
Outra questão é que grande parte da população usuária de drogas é itinerante. Também existem relatos dos participantes da pesquisa sobre a dificuldade de acompanhamento desses indivíduos, que entram e saem da rede de atenção inúmeras vezes, em razão de recaídas.
Alagoas
Em Alagoas o cenário do uso de drogas é ainda mascarado e não se tem um perfil exato dos problemas nas pequenas cidades. Contudo a Secretaria Estadual de Segurança Pública tem um mapeamento realizado pelo Serviço de Inteligência que aponta municípios que estão com a situação crítica.
Alvos
O comércio e o consumo de drogas em Alagoas continuam sendo feitos em grande escala principalmente em centros urbanos a partir de 20 mil habitantes. Principalmente aqueles que possuem alguma atividade econômica. Regiões como o Litoral Norte são disputados por facções criminosas.
Base
Entretanto a base dos chefes geralmente não são as cidades onde a venda ocorre, mas municípios vizinhos de onde partem as operações. O mais grave é que essa atividade criminosa possui raízes profundas, que passou a comprometer o funcionamento das instituições.
Crescimento
O preocupante é que o comércio de drogas vem crescendo em todo Brasil. Em alguns lugares com mais velocidade, onde a repressão é debilitada e outros com menor intensidade como em Alagoas. O Novo Governo Federal não definiu uma política específica de combate ao narcotráfico e corre o riso de ser engolido por ele.