Neste período em que as pessoas de todo mundo permanecem em casa em uma mobilização coletiva para impedir o avanço do coronavírus, é preciso reinventar ou readaptar alguns hábitos. Com a educação, não é diferente. Alunos e professores buscam novas formas de interagir e de manter os conteúdos em dia. É o que já está acontecendo na rede estadual de ensino de Alagoas.
A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) publicou no Diário Oficial do Estado, no último dia 7, a portaria que estabelece o Regime Especial de Atividades Escolares Não-Presenciais (REAENP), período onde as escolas estaduais realizarão atividades pedagógicas por meio de ferramentas tecnológicas ou utilizando outros meios físicos, como orientações impressas com textos, estudos dirigidos e avaliações enviadas aos alunos/família. A iniciativa visa manter a rotina de estudos. A portaria pode ser acessada no site da Seduc (www.educacao.al.gov.br)
“Nesse período do REANP, estamos conversando e identificando professores que já têm domínio de ferramentas tecnológicas para que eles possam compartilhar essas boas práticas com os seus colegas. Vamos disponibilizar esses arquivos na nossa plataforma Escola Web (escolaweb.educacao.al.gov.br), mas o professor também pode nos enviar seu material pelo e-mail: autoria.docente@educ.al.gov.br”, adianta o superintendente de Políticas Educacionais da Seduc, Ricardo Lisboa.
Interação – Com as aulas presenciais suspensas desde o dia 23 de março, as escolas da rede estadual e seus professores têm se mobilizado para traçar aprendizagem para os alunos. O empenho dos docentes para o repasse de conteúdo em plataformas digitais e redes sociais têm sido bem recebido pelos estudantes.
Professor de física das escolas estaduais Benedito Moraes e Théo Brandão, em Maceió, Roberto Oliveira criou um canal no Youtube onde posta vídeo aulas para seus alunos. “Procuro mantê-los focados usando recursos multimídias gratuitos”, resume o educador.
Em São Miguel dos Campos, o professor Bruno dos Santos, que leciona matemática e física nas escolas estaduais Ana Lins e Tarcísio Soares Palmeira, tem usado diversos recursos, a exemplo do Google Sala de Aula (Google Classroom) e do WhatsApp. “Nesta sala de aula virtual que é o Google Classroom, posto vídeos, exercícios, revisões, enquanto nos grupos de WhatsApp consigo conversar com os alunos, ver quais as suas dificuldades e tirar dúvidas”, relata Bruno.
Já a professora Leandra Evangelista, que leciona Língua Portuguesa na Escola Estadual Luiz Augusto, de Delmiro Gouveia, busca manter seus estudantes focados para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Passo atividades voltadas à redação, promovo discussões, faço correções, tudo por meio das redes sociais e de plataformas digitais. Neste momento, é importante passar segurança ao aluno, mostrar que ele não está só e não deixá-lo perder o foco”, destaca.
Empenho – E mesmo aqueles com dificuldades de acesso à internet e às tecnologias buscaram alternativas para manter o ritmo de estudos. Em Palmeira dos Índios, professores da Escola Estadual Indígena Mata da Cafurna prepararam apostilas que foram impressas e estão sendo entregues aos estudantes.
“Cada professor criou uma apostila com base no livro didático em uso e esse material será entregue na casa dos alunos. A apostila possui questões que eles responderão e, posteriormente, vamos buscar as mesmas para corrigi-las e entregar um novo material. Também disponibilizamos os nossos telefones em caso de dúvidas”, conta o professor de história Marcondes Rocha.
Apoio – Os estudantes também destacam a importância da manutenção do ritmo de estudos e agradecem o apoio e suporte dos professores. Na Escola Estadual Dorgival Gonçalves, no Distrito de Luziápolis, Campo Alegre, os alunos criaram grupos de estudo com todas as turmas e professores.
“A ideia é que, mesmo longe da escola, a gente dê o máximo de si e nunca desista, estudar em casa faz a grande diferença. Agradeço à direção e a todos os professores que nos apoiam nesta iniciativa”, frisa Emilly Neris dos Santos. “Nossos professores estão nos ajudando muito no Google Classroom, é super fácil de acessar, recebemos notificações no celular”, fala Mikaely Henrique dos Santos, também aluna da Dorgival Gonçalves.
Aluna do professor Bruno, em São Miguel dos Campos, Lorena Gomes também aprova a experiência. “Recebemos conteúdo pelo e-mail diariamente e também temos um grupo de WhatsApp onde podemos tirar as dúvidas sobre o material enviado”, informa.