Hoje seria mais um dia 25 de cada mês, mas para os moradores de Brumadinho e familiares e amigos dos trabalhadores da Mineradora Vale do Rio Doce é uma data que é lembrada por todos com um ato público naquela pequena cidade, que ficou marcada para sempre com a tragédia do rompimento da barragem I da Mina Córrego do Feijão.
Em meia hora morreram 270 pessoas, a maioria trabalhadores da empresa e terceirizadas, vítima de um crime de irresponsabilidade sem igual, já que a cúpula da empresa sabia dos riscos.
Mas um ano depois, aqueles impactados direta ou indiretamente ainda não conseguem escapar das consequências psicológicas e materiais da tragédia.
Mariana outra tragédia
“Quando aconteceu o rompimento da barragem de Mariana, em 2015, eu pensei que aquilo seria uma fase ruim para eles, que uma hora passaria. Mas hoje eu vejo que não é assim. Existia uma Brumadinho que nunca mais vai existir”, diz Marina Oliveira, articuladora social da Arquidiocese de Belo Horizonte e moradora da cidade.
Além de mudanças físicas na cidade, como bairros atingidos pela lama que estão se esvaziando, há crianças sem pais, famílias que ainda esperam achar seus parentes na lama, dramas financeiros e judiciais, agricultores endividados.
No dia 25 de janeiro de 2019 a barragem de rejeitos 01, da mina córrego do feijão, estourou. A lama tóxica devastou uma área de quase 3 mil quilômetros quadrados, deixando um rastro de 255 mortos identificados, 15 ainda desaparecidos, além de um irreparável dano ao meio ambiente. O distrito do Córrego do Feijão foi um dos bairros atingidos diretamente e contabilizou 25 vítimas fatais identificadas.
É triste, mas é necessário que o ato em Brumadinho seja realizado todo dia 25 para que tragédias como estas não ocorra mais e que a atividade de mineração tenha uma nova forma de operação, respeitando as vidas, o meio ambiente e as fontes naturais deste planeta são finitas.
