O Brasil continua sendo um mercado para atividade turística bastante convidativo para investimentos na hotelaria e esta constatação foi realizada através de pesquisa realizada pela HotelInvest e o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb), que finalizaram mais uma edição do Panorama da Hotelaria Brasileira de 2021.
O foco é identificar como os investimentos em hotelaria estão se comportando mais de um ano após o início da pandemia, o estudo descobriu que, na contramão do desempenho dos hotéis, que caiu mais de 50% em 2020, o volume de investimentos em novos negócios no País continua semelhante ao patamar pré-pandemia. “Um sinal de confiança dos investidores sobre o potencial de recuperação do setor em médio prazo”, diz Pedro Cypriano, da HotelInvest.
Os principais resultados do estudo da HotelInvest e do Fohb apontam que:
1 – Existem147 hotéis urbanos em desenvolvimento em 97 cidades do Brasil, com inauguração prevista até 2025 (queda de apenas 13% em comparação ao início de 2020). Durante a pandemia foram assinados 48 novos contratos.
2 – O total em investimentos chega a R$ 6,1 bilhões.
3 – Do total de recursos, 27% estão destinados a hotéis sofisticados, com fortes marcas nacionais e internacionais, um sinal de que a hotelaria upscale aposta em um retorno forte na reta final da pandemia. Apesar dos chamados hotéis sofisticados representarem apenas 7% da oferta de UHs em desenvolvimento no país, em valores monetários eles somam R$ 1,65 bilhão ou 27% do montante total em investimento. “A oferta de luxo atual no Brasil é restrita, inferior à de diversos países latino-americanos. O expressivo investimento já em execução, com renomadas marcas nacionais e internacionais, aumentará a nossa atratividade e visibilidade como destino turístico”, ressalta Diogo Canteras, sócio-fundador da HotelInvest.
4 – De olho na força das marcas e no know how das redes, os contratos de franquias ganham força, e já representam quase um terço do pipeline total no País.
5 – Os chamados condo-hotéis perdem participação como modelo de desenvolvimento, inclusive as ofertas públicas.
6 – Tendência em todo o mundo, os hotéis lifestyle ainda são poucos no pipeline (12%).
POR REGIÃO
Entre a nova oferta (em UHs – unidades habitacionais), predominam os empreendimentos econômicos e midmarket (93%), de marcas tradicionais (88%), localizados nas regiões Sul e Sudeste (77%) e em cidades de pequeno a médio portes, com até 500 mil habitantes (65%).
Na edição anterior, o Panorama indicava 169 novos hotéis em desenvolvimento. Destes, 24 abriram em 2020, 46 projetos foram cancelados, porém 48 novos contratos foram assinados. “Já se esperava que o total de UHs em desenvolvimento no País caísse em razão da pandemia. No entanto, a queda foi baixa (-12,1%), atenuada pelos novos projetos confirmados. Um sinal claro de confiança dos investidores no potencial de recuperação do setor”, afirma Pedro Cypriano.
REVPAR
Se os indicadores de novos projetos em desenvolvimento no Brasil são positivos, a realidade atual dos hotéis em operação é mais preocupante. Em 2020, o índice de RevPAR (Receita por apartamento disponível) caiu de 34%, em Vitória, a 71%, em São Paulo, dentre as cidades analisadas no Panorama. O Rio de Janeiro obteve os melhores resultados em ocupação (menor queda) e Revpar (maior índice). A cidade também tem uma expectativa baixíssima de novos hotéis: +0,9% de oferta, com apenas três hotéis.
“Os novos investimentos são excelentes para o País. Milhares de empregos e milhões em tributos serão gerados. Porém, em curto prazo as perspectivas são preocupantes. No primeiro trimestre de 2021, os hotéis continuaram em prejuízo operacional e as quedas de tarifa preocupam”, analisa o presidente-executivo do Fohb, Orlando de Souza.
PERSPECTIVAS
Até junho, a HotelInvest e o FOHB esperam meses muitos difíceis para a hotelaria, especialmente para os destinos de negócios. Vacinados os grupos de risco e o processo de imunização ganhando tração pelo país, a recuperação do setor deve se intensificar, porém apenas no segundo semestre. Nos Estados Unidos, país mais avançado no controle da pandemia, a ocupação já se aproxima a 85% do patamar pré-covid. “No último trimestre de 2020, vimos uma reação mais rápida dos mercados regionais e de lazer, o que deve voltar a se repetir. Na sequência, com mais vacinas à população, especialmente a abaixo de 60 anos, é possível que os saltos em ocupação sejam mais fortes também para os nossos hotéis corporativos”, salienta Cypriano.
“Em médio prazo, seguimos confiantes na recuperação total do setor e em um ambiente próspero para novos investimentos. Para tanto, estabilidade política, controle sanitário e uma agenda de reformas e de crescimento econômico são fundamentais”, finaliza Canteras.
Acesse o estudo completo em: https://hotelinvest.com.br/?p=4459