Desenvolver políticas para estruturar áreas de apoio aos turistas nas rodovias e incentivar o caravanismo no país. Este é o objetivo de um Grupo de Trabalho (GT) oficializado na última segunda-feira (14.06) pelo Ministério do Turismo para a promoção do segmento no Brasil. Criado no âmbito do Fórum de Mobilidade e Conectividade Turística (MOB-Tur), o GT discutirá entre outros assuntos, tributação, legislações, desenvolvimento econômico local, além do mapeamento de pontos turísticos que possuem áreas de apoio a estes viajantes.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destacou a importância da iniciativa para estruturar, atrair e atender aos viajantes do segmento, que deve crescer no cenário pós-pandemia. “Teremos um novo perfil de turista após a pandemia e ele vai querer muito mais aproveitar os destinos de natureza e próximos à sua casa. Para isso, precisamos estruturar estes pontos de apoio e proporcionar aos turistas maior comodidade e segurança. Com isso, poderemos gerar maior renda e empregos para as cidades que irão fazer parte dessas rotas, desenvolvendo ainda mais o turismo no país”, disse.
O grupo terá duração de 180 dias e será formado por cinco servidores do Ministério do Turismo, terá com coordenação do Coordenador-Geral de Mobilidade e Conectividade Turística, do Departamento de Ordenamento, Parcerias e Concessões, Higor Guerra. Uma das primeiras ações do GT será identificar quais áreas dentro do governo federal poderão atender às exigências identificadas pelo Ministério do Turismo, que envolvem desde concessões de rodovias a criação de linhas de crédito para a aquisição de veículos para a prática de caravanismo. A intenção, ainda, é que seja apresentada as ações que serão realizadas por cada área do MTur e que possa se fazer um estudo da atividade, observando o seu impacto no mercado turístico do país.
De acordo com a Associação de Estradeiros do Paraná, existem hoje no Brasil em torno de 40 mil veículos para caravanismo cadastrados. As regiões do Brasil mais preparadas no que se refere a infraestrutura de apoio para receber motorhomes são, nesta ordem: São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia. Apesar disso, os brasileiros lideraram o ranking internacional de viajantes de motorhome nos Estados Unidos, em 2019. O país norte-americano faturou, considerando todo este segmento, US$ 114 bilhões e gerou 600 mil empregos diretos somente em 2019.
MOB-Tur – Instituído pelo Ministério do Turismo em setembro de 2020, o Fórum MOB-Tur tem a função de discutir e propor políticas e estratégias para aperfeiçoar a mobilidade e a conectividade turística no Brasil; consultar autoridades e técnicos ligados à mobilidade e à conectividade turística e promover a coesão das ações e programas. Além disso, vai realizar estudos em temas relacionados à mobilidade e à conectividade turística, bem como observar experiências internacionais no segmento e conhecer as práticas.
Por Victor Maciel
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cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, passa a ser agora uma das 10 cidades brasileiras que integram o projeto-piloto de implantação dos Destinos Turísticos Inteligentes (DTI) no país. O projeto é pioneiro e busca estabelecer diretrizes e um formato nacional para transformar cidades turísticas brasileiras em destinos inovadores. E, desta forma, aumentar o desenvolvimento e a competividade nos destinos brasileiros, garantindo melhores experiências aos visitantes.
Com a inclusão de Angra dos Reis, o Ministério do Turismo conclui o processo de seleção dos municípios que vão integrar o projeto-piloto, que servirá de base para o desenvolvimento do modelo metodológico de DTI no Brasil.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, destacou o potencial de Angra dos Reis para o turismo. “O presidente Bolsonaro sempre diz que Angra é a Cancun brasileira. Eu vou mais além. Cancun deveria ser a Angra mexicana porque não temos furacão, não temos maremoto. Temos sim água quente, transparente, translúcida, uma fauna incrível e uma natureza exuberante. E, agora, Angra vai ser um Destino Turístico Inteligente, que permitirá que o turista tenha tudo na mão sobre a cidade”, ressaltou.
O prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, comemorou a inclusão da cidade no projeto-piloto. “Essa adesão que Angra fez, a despeito do convite que o governo federal, o presidente Bolsonaro e o ministro Gilson nos fizeram, nós já estamos trabalhando na cidade inteligente. Então, veio a calhar para que a gente possa avançar no turismo inteligente também na cidade de Angra dos Reis”, comentou.
As outras nove cidades que vão participar do projeto para implantação de Destinos Turísticos Inteligentes no país são: Rio Branco (AC) e Palmas (TO) representando a Região Norte; Recife (PE) e Salvador (BA) que integram o Nordeste; Campo Grande (MS) e Brasília (DF), pertencentes ao Centro-Oeste; Florianópolis (SC) e Curitiba (PR), localizadas na Região Sul; e o Rio de Janeiro (RJ), na Região Sudeste.
COMO FUNCIONA – Por meio do projeto, as 10 cidades passarão por um diagnóstico da situação atual, que apontará uma estratégia de ação com vistas ao desenvolvimento do turismo local, de forma inovadora e interativa, além da capacitação dos gestores locais do setor de turismo.
O Ministério do Turismo também acompanhará a implementação das soluções relacionadas a eficiência na governança; correta utilização de recursos públicos; respeito às normas de acessibilidade e princípios de sustentabilidade, utilização da tecnologia a favor da valorização do destino e de seus patrimônios ao mesmo tempo em que atende às demandas dos seus visitantes, além de outras soluções em diferentes eixos.
“Os turistas estão cada vez mais exigentes e interativos. As ações do Ministério do Turismo objetivam potencializar o desenvolvimento tecnológico e apresentar destinos mais competitivos, atraentes e inovadores, tanto para os visitantes como para os residentes. Os ganhos serão muitos e resultarão na melhora do posicionamento turístico dos nossos destinos”, destacou o secretário nacional de Desenvolvimento e Competitividade do Ministério do Turismo, William França.
DESTINOS TURÍSTICOS INTELIGENTES – Um Destino Turístico Inteligente é inovador e interativo – conceito que tem despontado como tendência mundial. É caracterizado por ofertar a seus visitantes produtos e experiências inovadoras e de qualidade tendo como base a estruturação e a convergência de cinco pilares: governança; inovação; tecnologia; sustentabilidade; e acessibilidade.
No Brasil, a metodologia original está sendo adaptada para a realidade do país que, em muitos aspectos, é diferente da realidade espanhola, país pioneiro no mundo no tema. Assim, novos pilares devem ser incluídos.
A preparação da política pública de desenvolvimento de Destinos Turísticos Inteligentes no país para a transformação de Destinos em DTIs contará com o apoio do instituto argentino Ciudades Del Futuro (ICF) e da Sociedade Mercantil Estatal para a Gestão da Inovação e as Tecnologias Turísticas (SEGITTUR), da Espanha, instituições pioneiras e consideradas referência no segmento.
Em janeiro deste ano, o Ministério do Turismo firmou parceria com as duas instituições para o desenvolvimento de uma metodologia adaptada à realidade brasileira. A ideia é implementá-la, inicialmente, em 10 destinos do país, representando as cinco regiões brasileiras, em um projeto-piloto. Com isso, será possível analisar os procedimentos atuais e a implementação das estratégias, considerando as especificidades regionais. E, posteriormente, abranger mais municípios.
Por Amanda Costa
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo
Alexandre Seixas/shutterstock