A maior obra de infraestrutura hídrica do país, a transposição do Rio São Francisco, pode abrir caminho para ampliar o desenvolvimento econômico da Região Nordeste também por meio do turismo. Ontem, dia 08, os ministros do Turismo, Gilson Machado Neto, e do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, discutiram ações para promoção do setor no entorno dos mais de 700 km de extensão do projeto de transposição.
“Estamos discutindo a possibilidade de abrir novos perímetros irrigados, novas cidades como Petrolina, Sertânia e Irecê, por exemplo, que podem se replicar em outras regiões de Pernambuco, do Nordeste. Temos a oportunidade de agregar valor por meio do turismo, que também gera emprego e desenvolvimento”, defendeu o ministro Gilson Machado Neto.
Para isso, a proposta é realizar um estudo a fim de identificar reservatórios e balneários que possam ter vocação turística e, paralelamente, iniciar proposta para alterar a legislação atual, que não permite usos múltiplos dos reservatórios, segundo o ministro Rogério Marinho. “Havia uma determinação da Agência Nacional das Águas de uma utilização restrita e, chegou o momento de nós nos debruçarmos sobre o projeto, para vermos de que forma essa ação pode ser apropriada pelas populações que moram no perímetro desses eixos, que foram edificados e concluídos na gestão do presidente Bolsonaro”, explica.
“Então, desde a questão da utilização do lazer, do turismo recreativo, como vimos na barragem do Jati, no Ceará, até a possibilidade de estabelecermos novos perímetros irrigados que vão gerar emprego, renda e oportunidade”, complementa o ministro do Desenvolvimento Regional.
Também participaram da reunião o presidente da Embratur, Carlos Brito, e representantes do Ministério do Desenvolvimento Regional, como o diretor de Desenvolvimento Regional e Urbano, Soares Junior, e a secretária de Fomento e Parcerias com o Setor Privado, Veronica Sánchez.
Transposição
As obras de transposição do Rio São Francisco tiveram início ainda em 2008, mas só em 2021 as águas do Velho Chico saíram de Pernambuco, estado doador do Eixo Norte, e chegaram ao Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte – este último em 2022. Em três anos, foram investidos mais de R$ 3,49 bilhões, correspondendo a 25% de tudo o que foi investido desde o início das obras (R$ 14,5 bilhões).
As estruturas construídas captam água do Rio São Francisco, no interior de Pernambuco, e abastecem adutoras e ramais que vão perenizar rios e açudes da Região Nordeste. O resultado é cerca de 16,5 milhões de pessoas impactadas em cerca de 600 municípios com as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco em diversas frentes, como abastecimento, desenvolvimento, irrigação e emprego.
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