Foi entregue, essa semana, a restauração do Edifício Rosa III, imóvel anexo do pátio ferroviário da Estação Central da cidade. O espaço na capital pernambucana será a nova sede da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.
O local recebeu cerca de R$ 3, 7 milhões em melhorias, que conciliaram a preservação do bem cultural com a necessidade de adequá-lo aos novos usos. O imóvel também sediará o escritório regional da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo). Participaram do evento a presidente do Iphan, Larissa Peixoto; o presidente da Embratur, Carlos Brito, e parlamentares federais e estaduais.
No espaço, o cidadão poderá consultar todo o acervo documental e arquivístico existente na Biblioteca Almeida Cunha e no Arquivo do Iphan. As áreas serão reabertas ao público quando estiverem definitivamente instalados na nova sede. Além de promover palestras de educação patrimonial, a Biblioteca recebe reuniões técnicas entre gestores municipais e estaduais, a comunidade local e diversos atores da cultura pernambucana.
O ministro Gilson Machado Neto destacou a importância de o prédio histórico voltar para uso da sociedade. “O governo do presidente Jair Bolsonaro tem priorizado a entrega de obras que vão fazer a diferença na vida das pessoas, gerando emprego e desenvolvimento para a cidade”, disse. “Essa edificação belíssima, além de ser sede do Iphan em Recife, ficará aberta para a população desfrutar da biblioteca, de palestras e eventos culturais”, completou.
Oriundo da Rede Ferroviária Federal S/A. (RFFSA), o Rosa III, situado na Praça Visconde de Mauá, no bairro São José, é um dos três edifícios que compõem a Estação Central de Recife. Por força da Lei nº 11.483/2007, que trata da revitalização do setor ferroviário, cabe ao Iphan zelar pela guarda e manutenção dos bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural provenientes da extinta RFFSA.
A presidente do Iphan, Larissa Peixoto, agradeceu a todos os envolvidos nas obras de restauração do espaço e ressaltou a relevância da local para o estado de Pernambuco. “Hoje devolvemos para a população parte de sua história, que foi restaurada com todo o carinho e empenho pelo Iphan. Será uma grande honra usar essas instalações para as atividades regionais do Instituto. Parabéns a todos!”, disse.
Vale destacar que a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), do Governo do Estado, protege todo o patrimônio ferroviário pernambucano por meio de tombamento temático. Além disso, com consultoria da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o Iphan desenvolve uma normatização para os bairros do Recife, São José e Santo Antônio.
Entre outras ações, o trabalho pretende inserir o Edifício Rosa III em uma área de entorno a bens tombados, que, por sua vez, também estão sendo delimitados. Desse modo, a proteção ao Patrimônio Cultural dos bairros será reforçada, garantindo o devido reconhecimento de monumentos que guardam a história e a identidade pernambucanas.
Investimentos
O Iphan tem trabalhado em uma série de ações voltadas ao Patrimônio Cultural edificado em Pernambuco. Nos últimos anos, já foram mais de R$ 40 milhões investidos em obras no estado. Em Recife, além da restauração completa da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Militares, também houve a conclusão das obras civis das igrejas Matriz de Santo Antônio e São Pedro dos Clérigos.
Atualmente, encontra-se em execução o restauro dos bens integrados da Igreja São Pedro dos Clérigos, com previsão de término em 2022. Já a obra dos bens móveis e integrados da Matriz de Santo Antônio será iniciada neste ano. Na cidade de Olinda, vizinha a Recife, são realizadas obras na Igreja de São Pedro Mártir de Verona. Também foram iniciadas outras três intervenções em bens tombados do município: o Seminário de Olinda, o Museu de Arte Sacra de Pernambuco e o Convento Franciscano, com serviços para a estabilização dos azulejos.