
Depois de apresentado o “Air France ACT”, programa que define a nova trajetória de descarbonização da companhia francesa, dirigentes da aérea francesa anunciaram, em Lisboa, os compromissos para reduzir a pegada ambiental da empresa. Vincent Etchebehere, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Novas Mobilidades da Air France, referiu no encontro realizado no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que a estratégia assenta em três pilares fundamentais: descarbonizar (o que acontece através da renovação da frota); uso progressivo do SAF (Sustainable Aviation Fuel – Combustíveis de Aviação Sustentáveis); Eco-piloting (responsabilidade na pilotagem e no consumo de combustível no ar e no solo).
“Encontramos uma palavra que traduzisse exatamente o que pretendemos na Air France: agir [ACT]. Temos de perceber que o desafio da descarbonização não é somente da Air France ou do setor da aviação, é global”, declarou o executivo da empresa francesa.
Etchebehere admitiu, igualmente, que, nesta questão, “não podemos ser demasiado pessimistas, mas também não podemos ter um otimismo exacerbado e não pensar que a tecnologia irá fazer tudo. Não podemos agir daqui a cinco ou 10 anos. Se não agirmos hoje, agora, prejudicaremos tudo e todos”, destacou.
Apontando uma clara estratégia na direção do SAF (Sustainable Aviation Fuel), Etchebehere afirmou que as decisões da Air France são tomadas com base científica, nomeadamente na Science Based Targets initiative, para atingir o objetivo de chegar a 2050 com zero emissões, revelando que para tal, “temos um investimento de mil milhões de euros anuais até 2025 para a renovação da nossa frota”. Isto porque a companhia pretende que, partindo de uma frota (7%) renovada de acordo com as políticas de descarbonização, em 2021, se atinja 45% da frota renovada, em 2025, e 70%, em 2030.
Até porque, no que toca à outra possibilidade em estudo – o hidrogénio – Etchebehere admite que o primeiro voo possa acontecer em 2035, mas que até lá “não podemos ficar de braços cruzados”.