A Festa do Divino Espírito Santo está de volta após dois anos sem ser realizada por conta da pandemia de Covid-19. Apontado como a maior manifestação cultural do município de Pirenópolis (GO) e celebrando tradições religiosas, históricas e culturais, o festejo teve início em 25 de maio e terminará, na próxima quinta-feira, dia 16. Ao longo de 23 dias, a expectativa é de que o evento reúna 30 mil pessoas, gerando 600 empregos diretos e outros mil indiretos, movimentando a economia da região.
Reconhecida pelo IPHAN como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, a Festa do Divino Espírito Santo celebra, em 2022, 204 anos de história. Junto com as tradicionais Cavalhadas – encenação da luta entre mouros e cristãos – a festa do Divino é uma tradição religiosa remanescente da colonização portuguesa e é considerada um dos grandes eventos do Brasil.
Oriunda dos Açores, região de Portugal, onde é conhecida como as Cavalhadas de São Pedro, a festa do Divino mescla festejos religiosos e profanos e reúne uma série de manifestações, tais como novena, folias, procissão, missa, reinados, roqueira, mascarados, cavalhadas, pastorinhas, congadas, catira e outras manifestações folclóricas.
“A celebração do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas mostram a riqueza que a história do Goiás tem e essa cultura, além de manter viva a nossa tradição, reflete na divulgação de um Brasil único, o que gera interesse e movimentação turística. Valorizar essa cultura é divulgar o que há de mais belo nas raízes do nosso povo, fomentando emprego e renda”, explica o ministro do Turismo, Carlos Brito.
A festa tem o seu ápice no Domingo do Divino, 50 dias após a Ressurreição de Cristo, no Domingo de Páscoa, segundo o calendário da igreja católica. O primeiro registro oficial do festejo foi em 1819, ocorrendo, desde então, a partir das articulações comunitárias dos habitantes de Pirenópolis.
Armaduras, bordados, produção de máscaras e flores que as enfeitam, mastro, roupas de mascarados, bandeiras do Divino, verônicas… tudo é feito com muita dedicação e carinho pelos moradores, gerando, inclusive, empregos a bordadeiras, costureiras, artistas, artesãos e cozinheiros.
Religioso
Além de Pirenópolis, o Brasil abriga importantes ícones do Turismo Religioso. A cidade de Aparecida (SP), por exemplo, guarda o Santuário Nacional de Aparecida, o segundo maior do mundo, atrás apenas da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Já Belém do Pará é o cenário do Círio de Nazaré, inscrito em 2013 na lista de patrimônios imateriais da humanidade da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura).
Juazeiro do Norte (CE), por sua vez, ostenta a Estátua de Padre Cícero, que atrai milhões de romeiros. Movimento semelhante ocorre em Nova Trento (SC), cenário do Santuário da Madre Paulina, considerada a primeira santa brasileira. No Rio Grande do Sul, há ainda as Ruínas de São Miguel das Missões, que integram o Caminho das Missões Jesuíticas – o extenso roteiro de turismo religioso reúne atrativos do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.