Os funcionários de terra da Lufthansa anunciaram uma greve para a próxima quarta-feira, 27 de julho, que pode provocar “atrasos e cancelamentos” nos voos da companhia aérea, avança a Lusa, que cita o sindicato Verdi, responsável pelo pré-aviso de greve.
Num comunicado divulgado esta segunda-feira, 25 de julho, o sindicato revela que a greve se deve a uma “disputa salarial”, uma vez que os funcionários de terra da Lufthansa reclamam aumentos salariais de 9,5%, e vai decorrer entre as 03:45 (01:45 GMT) de quarta-feira, até às 06:00 de quinta-feira (04:00 GMT), “para aumentar a pressão” sobre a administração da empresa.
Esta greve vai abranger os trabalhadores de terra da Lufthansa em várias posições, nomeadamente da manutenção, mas também os operadores de veículos de reboque de aeronaves, essenciais ao bom funcionamento do aeroporto, o que leva o sindicato a antecipar que “haverá muitos cancelamentos e atrasos”.
“A situação nos aeroportos está a deteriorar-se e os funcionários estão cada vez mais pressionados e sobrecarregados devido à grande falta de pessoal, à inflação alta e à ausência de aumentos há três anos”, explica a dirigente sindical Christine Behle.
O impacto desta greve deverá agravar ainda mais o caos que já se vive nos aeroportos europeus e que já levou mesmo o aeroporto de Frankfurt, o principal aeroporto alemão e hub da companhia aérea, a cancelar cerca de 6.000 voos e a prever reduzir o plano de voos de forma a “estabilizar as operações aéreas”, fortemente afetadas pelas partidas para férias.
Desde o levantamento das restrições sanitárias, no início do ano, as companhias aéreas e os aeroportos têm tido dificuldades em responder ao forte aumento da procura, após dois anos de tráfego reduzido durante os quais o setor perdeu muitos funcionários.
Na Alemanha, estima-se que faltem, atualmente, mais de 7.000 funcionários no setor da aviação , de acordo com um estudo do instituto econômico IW publicado no final de junho.