Coração histórico da capital pernambucana e epicentro cultural da cidade, o Bairro do Recife irá ter um atrativo turístico permanente em homenagem ao movimento Manguebeat – concebido no Recife na década de 1990 e que projetou nomes como Chico Science & Nação Zumbi e mundo livre S/A. Trata-se da aposição de uma escultura de Caranguejo Gigante no Cais da Alfândega. A escultura metálica do Caranguejo Gigante, usada na edição da Fenearte e que foi alvo de pintura pelo coletivo Vacilante passa a ter moradia permanente às margens do Rio Capibaribe. A iniciativa é da Prefeitura do Recife, por meio do Programa Recentro, coordenado pelo Gabinete do Centro do Recife.
A batida do mangue está na música, na literatura, no cinema, no artesanato e na arte de rua, que dialoga diretamente com a temática do movimento, cujo mote era chamar a atenção para as questões sociais do Recife na década de 1990. Por essa conexão com a cultura de rua, o Coletivo Vacilante foi convidado pela Fenearte para pintar o gigante caranguejo cenográfico. O novo local da escultura dialoga com a presença geográfica e afetiva do mangue no Bairro, marcado pela energia pulsante da estátua de Chico Science na rua da Moeda, quartel general dos ensaios oficiais de maracatu de Baque Virado para o Carnaval do Recife.
Definido como “power trio” de pintura (alusão às bandas de rock que têm três integrantes), o coletivo é composto pelos artistas plásticos Luciano Mattos, Heitor Pontes e Alexandre Pons, tendo estreita relação com a street art e com a cultura pop. De acordo com Mattos, o objeto dos três era retratar o Movimento Mangue sem clichês, mas, ao mesmo tempo, com símbolos que representassem a sua identidade cultural, como caixas de som e os números 04, em alusão a Fred, o autor do manifesto Caranguejos com Cérebro de 1992, e um dos maiores compositores do gênero.
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