É um dos doces tradicionais da gastronomia brasileira, mas a sua origem parece estar na doçaria conventual portuguesa, que migrou para o Brasil, como tantas outras influências. “Assim como as famílias, as receitas portuguesas também cruzaram o mar e foram reproduzidas e/ou adaptadas”, nota a luso-brasileira Rafaela Louzada. No ano passado, a chef nascida no Rio de Janeiro abriu o restaurante Gruta na Rua de Santa Catarina, onde trabalha essencialmente os produtos do mar, temperados com as experiências e memórias da sua vida.
“Tenho simpatia pela possível história da origem do quindim. É um doce feito com gemas, o que não é comum na doçaria brasileira. O original chamar-se-ia Brisa do Lis e terá nascido em Leiria. Tem forma, cor e preparação idênticos ao quindim, mas é feito com amêndoas, o que faz acreditar que no Brasil o coco tomou o lugar das amêndoas. Batizado no idioma africano quimbundo de Kendé, tornou-se quindim”, explica a chef.
PREPARAÇÃO:
Numa panela, colocar o leite, o leite de coco e a manteiga a levantar fervura. Mexer bem, retirar do lume e reservar. Deixar arrefecer a mistura levemente. De seguida, passar as gemas por uma peneira e reservar. Adicionar o coco ralado à mistura morna de leite com manteiga, e depois o açúcar, mexendo bem com um batedor de varas. Por último, adicionar as gemas, cuidadosamente e aos poucos para não talhar. Untar formas individuais de alumínio com manteiga e polvilhar com açúcar. Encher com a mistura do quindim e levar ao forno a 180 graus, em banho-maria, durante 30 minutos. Deixar arrefecer no frigorífico e desenformar. Decorar com coco fresco.