O meio ambiente, as mudanças climáticas e a necessidade de preservação ambiental são o foco da exposição Green Minds [Mentes Verdes], aberta, hoje (6), no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro.
Justamente quando o Dia Mundial do Meio Ambiente, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), completa 50 anos e são celebrados os 30 anos do início das reuniões para discutir os temas voltados para o clima, na Eco92, a mostra chega para propor debates e levar o público a refletir sobre o assunto.
Até 19 de novembro, a exposição ficará aberta. Ela tem a produção cultural de Augusto Herkenhoff, curadoria de Cota Azevedo e Isabela Simões e participação de artistas do Coletivo Zagut.
“Falar sobre o ecossistema e as situações do meio ambiente é uma pauta constante da arte, seja ela com o agente reutilizando materiais, ressignificando ou em situações mais urgentes sobre a questão climática de forma micro ou mundial”, disse Cota Azevedo em entrevista à Agência Brasil.
Os visitantes poderão passear pelas obras de mais de 100 artistas em um espaço externo do Centro Cultural. Para Cota Azevedo, o tema ecologia é um assunto constante entre artistas, seja pela utilização de materiais oriundos da natureza, reciclados, ou ainda atuando no meio para realizar uma obra.
A curadora acrescentou que, na arte contemporânea, é possível observar as reflexões que envolvem o ecossistema com foco em questões socioculturais e em política climática.
Clima
A exposição se antecipa ao início da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 27), e define a próxima reunião do clima promovido pela ONU como mote da Green Minds. A COP 27 será entre 6 e 18 de novembro de 2022, em Sharm El Sheikh, no Egito, e líderes mundiais estarão debatendo questões climáticas e pensando em soluções para reduzir o impacto do aquecimento global.
Em outubro de 2021, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um relatório, utilizado como base para a COP 26, realizada em Glasgow, e destacava a necessidade de cumprir o acordo de emissão zero de carbono até o ano de 2050 para assegurar a vida humana.
“A gente pensou em trazer esses artistas, cada um fazendo uma proposição de trabalho com a ideia de construção, de pensar o novo, pensar realmente o verde. Daí a temática do meio ambiente. A gente também pegou a COP 27 como mote para revisitar esse lugar do debate sobre meio ambiente e questões temáticas. Por isso, a gente propõe este trabalho efêmero porque eles estão ao ar livre”, disse Cota.
Ações diferentes
Como alerta para a situação ambiental, a exposição Green Minds terá três ações diferentes. Ela vai expor, a partir de hoje, as obras por mais de 40 dias no pátio do Centro Cultural Correios.
A segunda etapa será no dia da abertura da COP 27 e a terceira ocorrerá no encerramento do evento. Segundo a organização, as obras e as ações também poderão ser vistas por meio de um catálogo de arte, em formato de livro, em plataforma editorial e em galeria virtual.
“Na segunda interferência, quando se chegar no ambiente [a pessoa] vai ver que são obras que estão dentro de um espaço que propõe debater o campo aberto de discussão. A gente tem uma estrutura de andaime, tem um varal que, dependendo das obras, elas estão em movimento no espaço e alocadas nas árvores. A proposta é de integração e discussão sobre isso, assim, distribuímos em várias ações para que pudéssemos ampliar a fonte de debate e trazer para o público a ideia interativa de pensar junto com vários artistas da Zagut”, acrescentou.
Na visão da curadora Isabela Simões, as artes vêm dando visibilidade a essa preocupação com o clima e as condições do meio ambiente, sendo tema recorrente de obras e exposições, inclusive da Zagut. “São obras relacionadas sobre a destruição do planeta, a pandemia do coronavírus e a necessidade de uma convivência harmoniosa. De inúmeras formas a arte se relaciona à ecologia”, assinalou.
O Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro está instalado na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro da cidade. A visitação pode ser feita de terça a sábado das 12 às 19 h. A entrada é gratuita e a classificação livre.
Texto e foto: Agência Brasil