EXCLUSIVO – O representante do Sindicato de Pessoal de voo e Aviação Civil de Portugal, Ricardo Panarroais, anunciou em sessão da Assembleia da República, hoje, em Lisboa, paralisação dos trabalhadores da TAP, no final ano, devido a crise gerada pela crise na companhia aérea portuguesa.
A notícia gerou grande preocupação do setor de turismo, não só em Portugal, mas também nos países em que a empresa possui voos regulares, principalmente o Brasil que tem o maior fluxo de passageiros da empresa. Está paralisação da TAP, no final do ano, já vinha sendo pensada nos bastidores e talvez tenha vazado chegado ao conhecimento dos operadores turísticos, que iniciaram o fretamento de aviões para o réveillon no Brasil.
Cristina Carrilho, representante da comissão dos trabalhadores da TAP, também falou na Assembleia da República, criticando a falta de conhecimento dos dirigentes da empresa sobre o mercado internacional. Já o presidente do Sindicato dos Pilotos Independentes de Linhas Aéreas, André Marques, disse que “a empresa tem que se tornar viável até 2025 e sozinha”. Ele apontou vários erros na atual gestão da empresa e disse que os diretores estão a fazer o mesmo da gestão privada, ou até pior.
Miguel Teodoro, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, alerta para o fato de Lisboa deixar de ser hub na Europa, e se tornar apenas uma escala dos voos em Madrid. Segundo ele, Lisboa vai se tornar um local para se fazer uma “ponte aérea” para os portugueses, já que o aeroporto de Madrid assumirá 1/3 de toda capacidade de voos.
Brasil
A crise na TAP preocupa também os empresários de turismo no Brasil, que comercializam pacotes de turismo para Europa, já que a empresa chega a transportar 1.200 milhões de pessoas por ano, entre os dois países.
Diante desta situação, o governo brasileiro há pensa em criar formas de incentivo para as empresas brasileiras assumirem o papel estratégico de transporte de passageiros para Europa. As empresas Latam e a Azul do ex-sócio da TAP, o brasileiro/norte-americano David Neeleman podem assumir as rotas regulares da companhia portuguesa, que vive momentos muito difíceis. Segundo os especialistas, David Neeleman, tinha um projeto de consolidação da TAP no mercado internacional. Hoje alguns acreditam que Neeleman poderia ter salvado a companhia portuguesa.