Com crescentes incentivos para o uso de fontes renováveis de energia, o mercado de Biometano está em rápida expansão no Brasil. No ano de 2021 já existiam 755 plantas em operação no país, e mais de 40 novas sendo implementadas. Ao mesmo tempo, a instabilidade no preço dos combustíveis fósseis e o impacto na inflação aumentam a aposta em alternativas seguras. E o Brasil, como sempre, está na vanguarda. Mesmo com o crescimento recente o biogás ainda responde por apenas 1% da matriz energética do país. O “Panorama do Biogás no Brasil de 2021”, elaborado pelo CIBiogás, estima um potencial de produção de 85 bilhões de metros cúbicos de biogás por ano. Na ocasião, o país produzia menos de 3% desse potencial, pouco mais de 2 bilhões.
O processo é complexo e sujeito a perdas em diversas etapas. Sem o uso de tecnologia adequada de medição, além das perdas que podem afetar a rentabilidade da operação, a presença de humidade, como fator contaminante, também pode comprometer a integridade dos equipamentos, aumentando a necessidade de manutenções e paradas não programadas. Por isso, um maior controle dos níveis de metano, tanto na saída do biodigestor, como no final do processo, permite um balanço completo da massa total. Ao mesmo tempo, o acompanhamento da humidade em tempo real, possibilita prevenir a corrosão dos equipamentos, reduzindo a necessidade de manutenções e evitando paradas.
A tecnologia de medição em base seca não consegue obter a mesma eficiência no controle de humidade ao mesmo tempo em que entrega um resultado menos preciso de metano, CO2 e outros gases, na comparação com os medidores de base úmida. Com a tecnologia de base úmida das sondas MGP261 e MGP262 é possível um controle preciso e em tempo real ao longo de todo o processo, maximizando o output de combustível na ponta final da cadeia; a medição em tempo real da humidade também auxilia na prevenção de desgaste e corrosão nos motores, reduzindo manutenções e substituições de equipamentos.
O controle preciso da umidade prolonga a vida útil dos equipamentos que utilizam a tecnologia de membrana. Isso porque a água atua como um solvente dos gases envolvidos no processo, gerando compostos altamente corrosivos. No caso das plantas que usam a tecnologia de carvão ativado, a precisão prolonga consideravelmente o intervalo entre cada recarga. Todos esses fatores somados permitem a continuidade operacional necessária para maior eficiência produtiva e melhores retornos no investimento.
Poluição / multas ambientais
Um fator de extrema importância que deve ser considerado é o risco de vazamentos durante o processo. Apesar do Biometano ser um combustível renovável, de baixo custo, com alto potencial energético, o gás metano está entre os piores poluentes para a atmosfera. Em um ambiente de crescente regulamentação ambiental em todo o mundo, a emissão de gases poluentes, por ineficiência produtiva, ou negligência operacional, pode trazer sérios riscos, não apenas para o meio ambiente, como para a rentabilidade das empresas. A aplicação de multas ambientais pode comprometer parcela considerável da receita, ao mesmo tempo que a regulamentação ambiental pode dificultar o acesso a determinados mercados para empresas, com um controle inadequado de emissões. O uso de tecnologia de ponta em todas as etapas da cadeia permite o controle em tempo real da operação, auxiliando a tomada rápida de ações, mitigando riscos ambientais e de incidentes.
A aplicação de sondas de última geração, que não necessitam de calibração, pode ser destacada como um fator de extrema relevância nos resultados operacionais das plantas de produção de Biogás e Biometano. O controle de cada etapa do processo, desde os níveis gerados na saída do biodigestor, até o controle do processo de upgrade do biogás e no offgas, para monitorar e prevenir o escape de metano para a atmosfera, permite um balanço completo da eficiência produtiva, reduzindo custos e aumentando a rentabilidade do negócio.
Texto – Madjid Ouali, diretor da Vaisala para America Latina e Caribe
