Dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) reforçam a importância que os ecossistemas possuem para impulsionar o turismo no Brasil. Somente em 2022, as unidades de conservação registraram a marca inédita de 21,6 milhões de visitantes, número três vezes maior que o registrado em 2021 (6,9 milhões). Segundo o Fórum Econômico, o Brasil é o terceiro país em atrativos naturais, atrás apenas de Austrália e México.
Levantamento do ICMBio mostra que a evolução dos números está ligada ao investimento cada vez maior no uso público, buscando oferecer mais e melhores condições aos visitantes, trabalhando com as melhoras práticas de conservação ambiental definidas nacional e internacionalmente.
Como resultado desse esforço, em 2022, foram registradas mais de 21,6 milhões de visitas em 137 unidades de conservação espalhadas pelo país. Segundo o instituto, o alto número de visitas foi atingido com grande contribuição do turismo de sol e mar, além de conquistas técnicas do Instituto que melhoraram o processo de monitoramento.
“Os visitantes buscam diferentes experiências, das mais estruturadas e tuteladas às mais desafiadoras e “selvagens, e desfrutam de uma grande diversidade de modalidades ofertadas, como caminhadas, campismo, ciclismo, banho de rio, de mar, observação de vida selvagem, montanhismo e atividades com objetivos educacionais”, afirmou o coordenador de planejamento e estruturação da visitação e do ecoturismo do ICMBio, Paulo Faria.
A área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (SC) se manteve como a unidade mais visitada. A unidade catarinense recebeu 7,5 milhões de visitas, pouco mais de 500 mil a mais que no ano passado. Já na categoria Parque Nacional, o líder do ranking é o Parque Nacional da Tijuca (RJ), com 3,5 milhões de visitas. A expectativa é que esse número aumente ainda mais com o fortalecimento da contratação de pessoal e a readequação das estruturas existentes, previstas para acontecer nos próximos anos.
REDE TRILHAS – O Ministério do Turismo, juntamente com o Ministério do Meio Ambiente e o ICMBIO, possuem uma estratégia para desenvolver as trilhas nos parques nacionais incentivando, assim, o turismo. Trata-se da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e Conectividade (RedeTrilhas), reconhecida internacionalmente com o Prêmio Advancing Trails Awards.
A RedeTrilhas busca ampliar e diversificar a oferta turística brasileira, de modo a estimular o turismo em áreas naturais, gerar oportunidades de emprego e renda para as comunidades nas quais os percursos se inserem e promover as trilhas de longo curso como instrumento de conservação da biodiversidade. Atualmente, o governo federal reconhece 7 trilhas, ou 1.914 quilômetros, por meio da ação. Outras 10, que totalizam 2.585 quilômetros, estão em processo de reconhecimento.
Esta política pública, que conta com um forte engajamento de voluntários da sociedade civil, resgata rotas históricas e conecta pontos de interesse do patrimônio cultural e natural brasileiro, em uma jornada de milhares de quilômetros de trilhas de longo curso implementadas em todo o território nacional.