O diretor da TAP para as Américas, Carlos Antunes, afirmou que a companhia aérea portuguesa, que vai crescer 14% no Brasil no próximo verão, poderia crescer muito mais se abrisse novas rotas e tivesse mais aviões.
“O crescimento é todo por rotas existentes, não vamos inaugurar nenhuma nova rota. Considerando que estamos a usar os mesmos aviões nas mesmas rotas, posso dizer que há um aumento de 14%, mesmo que haja atualização de equipamento, vai ser de 15%. Não temos onde ir buscar equipamento e, por isso, está a crescer 14%”, explicou o responsável aos jornalistas, à margem da 35.ª edição do Festuris, a feira de turismo de Gramado, no Rio Grande do Sul, que decorreu entre 9 e 12 de novembro.
Carlos Antunes admitiu o interesse da TAP em cidades brasileiras como Florianópolis ou Curitiba, que ainda não são servidas por voos internacionais com destino à Europa e que poderiam ser interessantes para dar continuidade à estratégia da companhia aérea de bandeira nacional no país.
“Saiu na comunicação social aqui no Brasil que há um namoro entre a TAP e Florianópolis. Temos conversas, é um destino interessante, mas também conversamos com Curitiba, por exemplo, que são cidades que não estão servidas por voos internacionais para a Europa e onde poderíamos continuar a desenvolver a nossa estratégia, que são destinos principais e secundários de uma ponta e, do lado de lá, também tem as grandes cidades e destinos secundários. Isso dá-nos um diferencial competitivo interessante”, defendeu.
No entanto, o responsável da TAP para as Américas reconhece que a companhia aérea está limitada pelo plano de reestruturação acordado com a Comissão Europeia no que diz respeito ao número de aviões na sua frota e explica que, se tivesse mais aviões, a TAP abriria novas rotas no Brasil.
“O que temos vindo a fazer é trocar alguns aviões de menor capacidade por aviões maiores, os narrow body pelos wide body para conseguirmos fazer esta operação intercontinental mas sem aviões novos não conseguimos lançar novas rotas. Temos vindo a reforçar as rotas existentes”, acrescentou.
Carlos Antunes admitiu também que, se a TAP não abrir novas rotas, pode vir a ser prejudicada e a perder quota de mercado para a concorrência, até pelo chamado ‘paradoxo da procura’, isto apesar do responsável continuar a realçar que a TAP continua a ser a “principal companhia aérea internacional no Brasil”, principalmente a nível europeu.
“Onde há procura e não há oferta, alguém vai por essa oferta. Mas, hoje, somos a principal companhia aérea internacional no Brasil, a principal europeia, e com a nossa cobertura e com a rede de parceiros de codeshare – Azul e GOL – temos uma cobertura ainda maior. Não temos voo direto nem para Curitiba nem para Florianópolis, que são dois pontos importantes, mas conseguimos extrair os passageiros de lá para Brasília, Belo Horizonte ou para Porto Alegre através dos nossos parceiros”, explicou.
Recorde-se que, no próximo verão, a TAP vai disponibilizar a maior oferta de sempre em ligações aéreas entre o Brasil e a Europa, num total de 91 voos por semana, o que representa um aumento de 11 ligações semanais face ao último verão.
Recife e o Rio de Janeiro são os destinos no Brasil que vão receber o maior aumento de oferta da TAP, uma vez que a capital do estado de Pernambuco passa de sete para 10 voos por semana, enquanto a cidade do Rio de Janeiro vai ter mais duas ligações por semana, passando de 10 para 12 ligações semanais.
Além destas duas cidades brasileiras, a TAP vai também aumentar a operação para São Paulo, Belém, Brasília, Natal, Maceió, Porto Alegre e Salvador, que passam a contar com mais um voo semanal de e para Portugal.