Um dos pontos fortes da programação da Casa Brasil em Paris são as atividades desenvolvidas na Arena Embratur Sebrae, que reúnem pessoas de todas as idades e de diferentes nacionalidades para dançar os diferentes ritmos do Brasil e praticar esportes, mas não qualquer modalidade: tem golzinho, altinha, queimado, elástico e toda a diversidade de lazer que é marcante nas ruas, praças e praias em todo o Brasil.
Nesta quarta-feira (31), o ritmo que embalou os estrangeiros foi o carimbó, devidamente dançado com saia rodada e muita música regional do Pará. Nos outros dias, já foram realizadas oficinas de samba, axé, altinha e golzinho. “O que temos de mais forte e impactante é nossa cultura e nossa felicidade. Quando o estrangeiro vem e participa de nossas oficinas, ele sai feliz, porque fez novos amigos e se divertiu. Saem querendo viver tudo o que o Brasil tem para oferecer vindo nos visitar”, afirma Marcelo Freixo, presidente da Embratur.
“A Casa Brasil é um espaço que o Sebrae construiu em parceria com a Embratur para divulgar as belezas do nosso país aos mais de 15 milhões de turistas estrangeiros. Neste espaço, onde somente 20 países estão presentes, o Brasil mostra toda sua potencialidade. Só o Brasil tem seis biomas. A nossa gastronomia é outro diferencial, cada região com suas características. Além disso, é um momento de exaltar a nossa cultura que vai do Carnaval ao forró. Com isso, queremos mostrar o tamanho do nosso país e nossa diversidade cultural, atraindo os visitantes estrangeiros que quiserem vir para cá. No primeiro semestre deste ano, os visitantes internacionais deixaram US$ 3,7 bilhões no Brasil (R$ 20,9 bilhões), em mais um recorde do turismo nacional e a expectativa com a Casa Brasil é ampliar o fluxo desses turistas no país”, afirma o presidente do Sebrae, Décio Lima.
A tcheca Emma Ruggeri participou da oficina de axé. “Eu amei, foi muito divertido. Eu nunca fui para o Brasil, mas eu gostaria, eu realmente gostaria de viver esse calor no Brasil”, afirmou. Já o francês Fernandel Sainvil, dançarino profissional, buscou a Casa Brasil para participar das atividades de ritmo. “Com as pessoas que temos aqui, elas sempre tem um sorriso na cara, são felizes, então é fácil apenas aproveitar. Esse é o Brasil. Eu sou feito para morar no Brasil, ter samba toda a minha vida e ouvir bossa nova. É o que eu quero fazer, é meu sonho”, afirmou.
O coreógrafo Timbó Afrodance é quem lidera as atividades com dança. “É uma emoção poder trazer toda essa cultura, toda essa bagagem pra essa cidade. Eles adoram essa energia, eles adoram sentir quando é uma coisa boa e tem um ensinamento. O samba representa a musicalidade brasileira pro mundo. E a gente vê o sucesso da ação: tava cheio, todo mundo dançou, todo mundo se divertiu. Esse aqui é um lugarzinho do Brasil em Paris. Qualquer pessoa do mundo pode vir aqui e viver um pouco do que é ser brasileiro”, contou.
Além da oficina dos ritmos, a Casa Brasil levou um pouco da capoeira para a capital parisiense. Quem ministrou essa oficina foi o mestre Pedrão Adad, que destacou a importância de apresentar a cultura negra como elemento central da identidade brasileira.
“A capoeira sempre foi resistência no Brasil porque, não sei se todo mundo sabe, até a década de 30, era crime. Então, a capoeira foi muito perseguida. E o impressionante é que em menos de 100 anos, ela deixa de ser crime para se transformar em um símbolo maior da cultura brasileira, juntamente com samba – dois símbolos importantes da cultura brasileira. Então, a capoeira tem muito disso, essa história do povo brasileiro, essa história de luta, do povo negro sobretudo, que é uma luta que continua até hoje, contra o racismo, contra a opressão. É uma reverência à ancestralidade”, afirmou Adad.
A programação da Casa Brasil também conta com a presença de atletas e ex-atletas brasileiros, autoridades e visitantes de todo o mundo. Embratur e Sebrae são patrocinadores da Casa, que é organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).