
Para reforçar a segurança da aviação civil no Brasil, foram elevados os níveis de inspeção de bagagens despachadas, aquelas que são entregues no check-in e viajam no porão das aeronaves. A mudança, que tem início nesse mês de agosto, afeta os voos domésticos no Brasil e não altera a lista de itens que podem ser transportados na mala, mas amplia os graus de averiguação do conteúdo.
No caso do Recife, a tecnologia garante uma vigilância precisa. A Aena, concessionária que administra o aeroporto da capital pernambucana, investiu em alguns dos mais modernos equipamentos de averiguação. São dois tomógrafos de última geração, capazes de indicar até o volume e a massa atômica dos objetos armazenados. As medidas atendem normas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o reforço da segurança durante a inspeção de malas.
A partir de agora, a inspeção passa a ser realizada com muito mais precisão. Para quem já seguia as regras de objetos permitidos dentro da bagagem despachada, não muda nada. Mas alguns itens que talvez passassem desapercebidos, agora, serão detectados. Por exemplo, carregadores portáteis de celular (power banks), baterias ou alguns aerossóis só podem viajar na mala de mão, aquela que segue com o passageiro dentro da cabine do avião. Com os novos equipamentos, muito mais sensíveis, mesmo itens pequenos e discretos serão detectados.
O que acontece se houver um objeto proibido dentro da mala? A bagagem pode passar por três etapas de inspeção. Na primeira, o tomógrafo realiza uma varredura. Durante este processo, o equipamento compara o conteúdo da bagagem com informações armazenadas em bancos de dados sobre produtos de transporte proibido.
Caso o tomógrafo detecte alguma irregularidade, um agente de segurança vai observar as imagens da bagagem num monitor. O equipamento é capaz de projetar na tela todos os itens da bagagem.
Se o agente de segurança ainda encontrar algum objeto que não pode viajar no porão, a bagagem passará por averiguação junto ao passageiro. Por isso, depois de despachar seus pertences, é muito importante que o passageiro fique atento aos avisos sonoros no aeroporto. Ele pode ser chamado para a averiguação da bagagem.
A verificação do material despachado é realizada numa área monitorada na sala de embarque.
Após a identificação de um item que não pode ser transportado no porão da aeronave, três situações podem ocorrer. Se o objeto não puder ser transportado de jeito nenhum, o proprietário precisa autorizar o descarte, ou deixar de viajar para recolher sua bagagem. Se o item puder ser levado na cabine, como bagagem de mão, é preciso que haja tempo hábil para o passageiro reavê-lo. Caso contrário, há a possibilidade de ele ter que se desfazer de algum pertence para não perder o voo.
Para evitar situações de perda de voo ou descarte de objetos, o Aeroporto do Recife está reforçando a comunicação sobre a importância de despachar apenas itens permitidos. Cartazes, vídeos e avisos sonoros orientam o passageiro a observar a lista dos artigos que não devem ser embarcados, disponível no site da Anac (link: https://www.gov.br/anac/pt-br/assuntos/regulados/empresas-aereas/artigos-perigosos/o-que-posso-transportar).