Ao Dr João Henrique de Araújo Franklin Neto Diretor Presidente da CHESF Ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (CHESF)
Sr Presidente, com o objetivo de desenvolver a região do Alto Sertão do São Francisco, passaram por suas veredas o Colonizador, o Índio, o Africano, os Bandeirantes, Vaqueiros e suas boiadas como também Engenheiros do Império levantando todo o São Francisco em 1853. D.Pedro II, em 1859, foi o primeiro turista a conhecer a cachoeira. Passou o trem a vapor em 1883…Delmiro Gouveia com a primeira hidroelétrica do nordeste (1913). Passou o couro de bode, o feijão, o algodão e, mais recentemente a CHESF. Esta, edificou dentro da linha férrea construída por D.Pedro II (entre Jatobá e Piranhas) a maior concentração de hidrelétricas do planeta. Hoje, já faz 23 anos dentro do século XXI, a região em tela possui um dos piores IDH do país.
Há pouco tempo, no entorno da Capital da Energia a caatinga era transformada em carvão e sítios arqueológicos, em paralelepípedos. O ICMBIO e a Secretaria de Turismo de Paulo Afonso colocaram um fim a exploração mais primitiva da humanidade: Pedra e Carvão Por pura coincidência, ao longo da ferrovia acima citada se localiza um dos destinos turísticos mais promissores do Nordeste: “Os Cânions do São Francisco”. Sr Presidente, muitas ações conjuntas dos empresários do turismo com os governos de Alagoas, Sergipe, Bahia e Pernambuco já foram realizados: Abertura do aeroporto de Paulo Afonso, vários cursos de capacitação (cursos da marinha, preparação de marinheiros, máquinas de convés, comandantes de embarcações) e outros cursos de educação ambiental, posto que o destino turístico está dentro do MONA (Monumento Natural do São Francisco).
Devido a seus atrativos, história e belezas naturais, os Cânions do São Francisco possuem a maior e mais conservada área da caatinga preservada do Monumento: A Reserva Ecológica do Castanho. Tudo isso faz do MONA o sexto parque nacional mais visitado do Brasil. Todas as empresas que operam turismo nos Cânions cumprem o compromisso com o social, praticam o turismo pedagógico. Levam alunos e professores para conhecer a ecologia, a história e seus monumentos, tudo patrocinado pelos Operadores de Turismo. A iniciativa privada está investindo muito na melhoria e em novos equipamentos: Novos Hotéis, Pousadas, Catamarãs, Restaurantes. Com isso está sendo realizado a olhos vistos a inclusão social pela nova “Indústria” tão sonhada no Brasil.
A cidade de Olho D’água do Casado é um exemplo: depois da Prefeitura o Turismo é o segundo maior empregador no município. Piranhas é a terceira cidade mais visitada em Alagoas, também com o turismo pujante Sr Presidente, mesmo com tanto trabalho, sacrifício dedicados ao desenvolvimento da região, a consolidação da indústria do turismo como principal ferramenta ainda está difícil de acontecer. Para manter e/ou aumentar o número de voos em Paulo Afonso, que é o Portal de ligação do destino com o mundo, teremos que usar todo nosso potencial para atrair o maior número de turistas e garantir o aeroporto funcionando. Nesse contexto, a França mostra o Louvre, a Itália o Coliseu, o Egito as Pirâmides, a China a Muralha… Enquanto nós, nos Cânions, um dos maiores entroncamentos da história do Brasil (Segundo Gilberto Freire o “Berço da Nacionalidade”) padece de um tremendo vácuo histórico, ou seja, nosso maior monumento que encerra a história da industrialização nos sertões (Hidroelétrica de Angiquinho na cachoeira de Paulo Afonso) encontra-se cercada, abandonada e com visitação proibida pela CHESF.
Fato inconcebível nos dias atuais! – Angiquinho é o testemunho da mais avançada engenharia do início do século XXI; – É a base do maior projeto Agro Fabril do Brasil; -Angiquinho moveu a primeira fábrica de linhas de costura da América Latina a linha Estrela; -Iluminou a Vila da Pedra, a Vila Operária mais moderna e social do mundo; -Angiquinho fez brilhar pela primeira vez a luz de uma Hidrelétrica no Nordeste. Para que essa LUZ continue brilhando e guiando as futuras gerações, apelamos ao Sr Presidente que permita a revitalização e a visitação do monumento mais importante de todo o rio São Francisco. Será um grande passo, de todos, o mais importante para o desenvolvimento dos Sertões Do contrário será uma tremenda injustiça a permanência de Angiquinhos solitário, encravado nos paredões dos cânions, alijado da sua própria História… o que depõe contra as esperanças de um povo inteiro.
Eliseu Gomes Cânions do São Francisco Delmiro Gouveia – Alagoas, Brasil
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Cânions do São Francisco Delmiro Gouveia – Alagoas, Brasil
Empresário de turismo, pesquisador, historiador, ambientalista e membro do conselho do Monumento do São Francisco