A presença de animais, especialmente aves, nos aeroportos representa um risco significativo para a aviação. Quando essas invasões ocorrem na área operacional podem acontecer colisões com aeronaves principalmente durante pousos ou decolagens, causando danos graves à aeronave e comprometendo a segurança de todos a bordo. Sendo assim, o monitoramento e o manejo de fauna são indispensáveis para manter os céus seguros e as operações nos aeroportos eficientes. As aves são atraídas por fatores como comida, áreas verdes ou corpos d’água próximos a aeroportos, controlar esse risco é fundamental. Pensando nisso, o MPor desenvolveu diversas medidas para mitigar possíveis colisões.
Fora do país, o acidente aéreo um Boeing 737-800 da Jeju Air, vindo de Bangkok, caiu ao aterrissar no Aeroporto Internacional de Muan. A explosão da aeronave resultou na morte de 179 pessoas, com apenas dois sobreviventes. Investigações indicam que a colisão com aves pode ter contribuído para o acidente, já que a torre de controle alertou a tripulação sobre o risco de colisão antes do pouso. O acidente é o mais mortal já registrado em solo sul-coreano
Confira demais medidas no Brasil para mitigar colisões entre aves e aeronaves
- Inovação no Aeroporto Internacional Salgado Filho
Em outubro de 2024, o Aeroporto Internacional Salgado Filho implementou novas tecnologias para afastar a fauna da área aeroportuária. Entre as tecnologias está a utilização da falcoaria, que visa capturar e afugentar espécies que apresentam risco às operações: o BCAS Mobile, um dispositivo acústico de alta potência que gera frequências sonoras capazes de ativar o Reflexo de Sobressalto Acústico (ASR) nas aves. Esse método inovador aumenta progressivamente a sensibilidade das aves aos sinais, melhorando a eficácia da dispersão sem causar estresse nos animais.
Além dessas iniciativas, o Aeroporto Internacional Salgado Filho faz parte de uma rede colaborativa de 42 aeródromos no âmbito do Projeto “Estudos Afetos ao Gerenciamento do Risco de Fauna em Aeródromos Brasileiros”, uma parceria entre a Secretaria de Aviação Civil (SAC) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O objetivo desse projeto é aprimorar as ações nacionais para reduzir o risco de fauna, por meio da análise de DNA de animais envolvidos em colisões não significativas com aeronaves, permitindo identificar as espécies e adotar medidas adequadas em cada aeroporto.
- Remoção de animais silvestres próximos ao Aeroporto de Porto Alegre
Desde junho de 2024, a equipe de Gerenciamento do Risco de Fauna (GRF) do Aeroporto de Porto Alegre, sob a gestão da concessionária Fraport, tem intensificado seus esforços para remover animais silvestres da área operacional, especialmente após as enchentes. Entre junho e setembro, foram removidos 548 animais, dos quais 253 eram carcaças e 295 eram animais vivos, que foram resgatados e translocados para áreas seguras. As ações de mitigação incluem o monitoramento de bacias de detenção, captura e remoção de fauna, controle de valas e canais de drenagem, além do uso de dispositivos acústicos para dispersão de aves.
- Gerenciamento de risco de fauna em aeródromos brasileiros
Iniciativa idealizada pela Secretaria Nacional de Aviação Civil do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), em 2024, garante melhor gerenciamento de risco de fauna em aeródromos brasileiros. Compondo a Plataforma Hórus, a Base Nacional de Informações de Medidas de Mitigação do Risco à Fauna tem como objetivo centralizar e compartilhar estratégias eficazes para identificação de espécies de avifauna, envolvidas em colisões com aeronaves. A ferramenta foi desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e já pode ser acessada. (clique AQUI)
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa: “Além de proteger a vida das pessoas a bordo, o manejo de fauna também evita danos às aeronaves e respeita o bem-estar dos animais. É um trabalho essencial para garantir a segurança de todos e da própria fauna. ”, disse Silvio.
Prevenção e impacto ambiental
Outro fator de relevância é tratar da conscientização da comunidade sobre a presença de lixo orgânico e inorgânico próximos aos aeroportos. Quando os animais estão suscetíveis ao lixo ou são alimentados pela população, acaba atraindo a presença de diversas espécies, incluindo as aves, o que pode significar risco nas operações de pouso e decolagem.