A Embratur apresentou no sábado passado, 1º, durante a Mostra de Cinema de Tiradentes, um dos principais festivais do cinema nacional, os curtas-metragens selecionados na primeira edição do programa Brasil com S, uma iniciativa voltada à valorização da cultura e identidade brasileira por meio do audiovisual.
Com um orçamento total de R$ 300 mil, a Embratur apoiou produções que destacam a diversidade cultural e histórica do Brasil. Quatro dessas produções foram exibidas durante a Mostra Especial Cine EmbraturLAB:
- Huni Kuï: O Povo Verdadeiro: retrata a cultura indígena na aldeia Vigilante, no Acre;
- Caminhos do Peabiru: revela histórias sobre a antiga estrada transcontinental da América do Sul;
- Carimbó da Amazônia: mergulha na musicalidade e nas tradições Tapajó, em Alter do Chão (PA);
- Entre Sinais e Mares: aborda inclusão e diversidade na Ilha do Mel, em Maringá (PR).
A exibição dos curtas proporcionou um encontro entre moradores, turistas e profissionais do setor audiovisual. Antes de cada filme, diretores, produtores e atores compartilharam suas experiências de criação e produção.
Especialista na rota do Caminho do Peabiru, Tatiana Perim evidenciou a importância de dar visibilidade a esse trajeto por meio de um curta. “Foi algo essencial para entendermos melhor a história do Brasil. Muitas vezes, desconhecemos esse passado não tão remoto, e poder retratá-lo em meio à Mata Atlântica, evocando toda a beleza e riqueza cultural dos povos indígenas, foi único”.
Ator do filme Entre Sinais e Mares, Leo Castilho pontuou a participação de personagens surdos no curta-metragem. “Esse é um filme original, que representa a comunidade surda e retrata um universo que vivemos, com nossas experiências e vivências. Espero que todos assistam e aproveitem essa história, que traz essa diversidade de pessoas e perspectivas. No elenco, temos três atores surdos e uma pessoa ouvinte, o que torna o filme ainda mais interessante”, destacou.
Brasil com S
O programa Brasil com S busca fortalecer a imagem do país no cenário internacional por meio da valorização da sua cultura e de narrativas autênticas.
A Embratur apresentou também a segunda edição do programa, que irá investir R$ 400 mil na produção de quatro curtas-metragens inéditos com o objetivo de promover o bioma amazônico em um ano estratégico para a região, que sediará a COP 30, em Belém, em novembro.
As produções deverão destacar aspectos como sustentabilidade, biodiversidade, tradições culturais, gastronomia, música, artesanato e paisagens singulares da Amazônia brasileira.
Com previsão de que os filmes selecionados sejam entregues em outubro, as inscrições foram abertas no sábado e seguem até 7 de março. Cada projeto escolhido receberá R$ 100 mil para realizar a produção, sendo três curtas de ficção e um documentário.
Presidente da Embratur, Marcelo Freixo afirmou que o programa vai alavancar o potencial audiovisual como ferramenta de promoção turística, além de fortalecer a imagem do Brasil no mercado internacional.
“Queremos mostrar ao mundo as singularidades da Amazônia, um território rico em diversidade natural e cultural, (e com isso) impulsionar o turismo sustentável e as produções locais”, destacou Freixo durante o lançamento no Cine Petrobras na Praça, no Largo das Forras.
Participação da Embratur
Coordenadora-geral da Mostra, Raquel Hallak salientou que “a presença e a participação da Embratur na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes potencializa a conexão entre cinema, cultura e turismo e também projeta o Brasil internacionalmente atraindo atenções para as produções que são exibidas aqui e também vendendo o Brasil como um destino turístico.” “É um casamento perfeito, turismo e cultura andam de mãos dadas e a gente está muito feliz de ter a Embratur inaugurando essa parceria no maior evento do cinema brasileiro”, concluiu.
Homenagem
No encerramento da Mostra, instituições parceiras foram homenageadas pelo compromisso com a realização do evento e a valorização do audiovisual brasileiro. Entre os homenageados esteve o próprio Marcelo Freixo, que celebrou a parceria da Embratur com a Mostra. “São 28 anos de história, e isso não é pouco. O que vocês construíram ao longo desse tempo é grandioso, e estar aqui hoje é muito simbólico. O cinema não é só um filme, assim como a cultura não é apenas um espetáculo. O que vivemos aqui é um exercício de democracia. O Brasil, com todas as suas complexidades, é hoje a maior experiência democrática do planeta. Reafirmar a cultura é reafirmar a democracia, é reafirmar o valor da vida. O Brasil voltou e nós vencemos”, disse.
Ainda de acordo com o presidente da Embratur, “celebrar este festival é lembrar que tudo valeu a pena, que toda a luta e o esforço não foram em vão. Estamos aqui, reafirmando a importância do cinema, da arte e da cultura para o nosso país. O que temos pela frente ainda é desafiador, mas não há espaço para retrocessos. A cultura nos conecta, fortalece nossos valores democráticos e nos lembra que seguimos firmes na construção de um Brasil melhor”.
