À medida que Santorini se aproxima da alta temporada, as partes interessadas no turismo estão trabalhando para combater a imprensa negativa em torno da atividade sísmica que atingiu a ilha no início deste ano.
Uma série de terremotos de pequena magnitude começou no final de janeiro e provocou estado de emergência e evacuações temporárias em Santorini e ilhas próximas, antes de diminuir substancialmente nas últimas semanas, disseram autoridades locais.
E embora nenhum ferimento ou dano grave tenha sido relatado como resultado dos terremotos, eles causaram uma desaceleração durante o período de pico de reservas na ilha.
“Prefiro chamar a situação de desastre de relações públicas, em vez de desastre natural”, disse Markos Chaidemenos, diretor administrativo da Canaves Collection , um grupo de hospitalidade de luxo com quatro hotéis e um complexo de vilas na ilha. “Os terremotos já se acalmaram há algum tempo, mas Santorini ainda é retratada como um lugar devastado.”
Chaidemenos está entre os hoteleiros e consultores de viagens que disseram que as consequências prejudicaram as reservas futuras.
“Não tivemos cancelamentos, mas o fluxo de reservas diminuiu”, disse ele. “Janeiro, fevereiro e março são meses com grande fluxo de reservas para o período de férias de verão.”
Autoridades de turismo e hoteleiros correram para tranquilizar os viajantes de que tudo voltou ao normal.
Em 20 de março, a ministra do turismo da Grécia, Olga Kefalogianni, disse em um comunicado que “não há problemas com o turismo e a infraestrutura essencial da ilha, que estão funcionando normalmente”.
O setor se uniu em torno dessa mensagem. George Pitsinelis, gerente geral do Magma Resort Santorini , parte da Unbound Collection da Hyatt, disse que “a vida na ilha continua normalmente”, com empresas locais, incluindo hotéis e restaurantes, prontas para receber hóspedes. Os hoteleiros de Santorini, disse ele, “implementaram inspeções e avaliações estruturais regulares”.
Um marco importante foi em 23 de março, quando a ilha recebeu seu primeiro navio de cruzeiro da temporada, depois que os terremotos forçaram alguns navios a cancelar escalas em Santorini.
Pitsinelis disse que os cancelamentos foram mínimos, mas alguns resorts “notaram um ritmo mais lento nas reservas”.
Mesmo assim, ele está otimista, afirmando que o interesse em Santorini é “excepcionalmente forte” e está “confiante de que os hóspedes retornarão como de costume em 2025”.
Apesar da queda nas reservas, Chaidemenos também acredita que a confiança está voltando.
“A recuperação está melhorando”, disse ele. “Acho que vamos nos sair muito bem. Estamos muito otimistas.”
O Magma Resort Santorini, parte da Unbound Collection da Hyatt. Crédito da foto: Magma Resort Santorini
Os consultores de viagens relataram que conseguiram manter em grande parte os negócios existentes em Santorini nos registros, apesar de alguma hesitação inicial dos clientes.
“Certamente houve preocupações entre nossos hóspedes, mas não tivemos nenhum cancelamento significativo”, disse Christos Stergiou, CEO e fundador da empresa de viagens de luxo TrueTrips . “Em vez disso, muitos viajantes optaram por esperar e monitorar a situação.”
Katie Brown , consultora de viagens da Travelmation em Atlanta , recebeu respostas semelhantes de seus clientes com planos para Santorini. “Pessoas que já haviam feito a reserva entraram em contato com a possibilidade de cancelar suas viagens”, disse ela. “Mas, para a maioria das pessoas, eu simplesmente disse: ‘Ei, vamos ver o que acontece. Não façam nenhuma alteração agora.'”
E, à medida que a notícia do retorno à normalidade em Santorini se espalha, algumas agências afirmam que as novas reservas estão aumentando.
Stergiou, da TrueTrips, disse que a atividade de reservas em Santorini se recuperou após um atraso. “Neste momento, a demanda voltou aos níveis normais.”
Petros Zissimos, diretor administrativo da Hellenic Holidays , sediada em Nova York , disse que começou a ver um aumento nos pedidos para Santorini em meados de março.
“E os pedidos que tenho recebido são para o Memorial Day e o início de junho”, disse ele, acrescentando que isso representa uma janela de reserva muito menor em comparação à janela típica de três a quatro meses para viajantes dos EUA.
Ele disse que os hotéis estão ajudando a aumentar a demanda reduzindo alguns preços e oferecendo pacotes não reembolsáveis com ofertas como “fique três noites e ganhe uma quarta grátis”.
Consultores disseram que o turismo grego em geral pode sofrer uma queda em relação aos níveis recordes dos últimos anos, mas não devido a preocupações sísmicas.
Brown, da Travelmation, disse que considerações econômicas mais amplas que afetam as decisões de viagem estão tendo um impacto.
“Chegar à Grécia é bem caro, e as pessoas estão prestando mais atenção aos destinos europeus ‘fora dos roteiros tradicionais’ e lugares onde seu dinheiro pode render mais”, disse ela.
Zissimos, da Hellenic Holidays, fez uma avaliação semelhante. “A temporada vai ser ruim este ano, não há dúvida”, disse ele, apontando fatores como a ansiedade relacionada às eleições nos EUA, a inflação, as altas tarifas aéreas e a volatilidade dos preços.
Ele acrescentou que anos de discussões sobre multidões na alta temporada mudaram drasticamente os padrões de visitação.
“Tem havido todo tipo de comentarista dizendo: ‘Não visite a Grécia em julho e agosto, porque é superlotado'”, disse ele. “Mas o que aconteceu é que [os turistas] decidiram ir em junho e setembro.”
O resultado deixou os meses de pico tradicionais com disponibilidade inesperada.
“Os hoteleiros agora estão voltando para nós e dizendo: ‘Ei, nós realmente gostaríamos de fazer algum tipo de esforço em julho e agosto'”, disse ele. “Então, eles estão oferecendo incentivos para as pessoas virem, porque a Grécia em julho e agosto é absolutamente linda.”
