As viagens de turistas canadenses para os Estados Unidos da América (EUA) continuam a diminuir e os estados mais afetados são os do norte. Dados da Autoridade de Alfândega e Proteção de Fronteiras do Canadá revelam que, em julho, apenas 277.000 pessoas cruzaram do Canadá para o estado do Maine, menos 28% do que no mesmo mês do ano anterior, tratando-se do sexto mês consecutivo de quedas, em plena época alta.
A redução de visitantes provenientes do Canadá alargou-se a todo o país. Segundo o Statistics Canada, em julho, o número de canadianos que viajaram de carro para os EUA caiu 37% em termos anuais, enquanto as viagens aéreas diminuíram 26%. Em cidades fronteiriças como Seattle (Washington) e Portland (Oregon), a chegada de turistas canadianos caiu 27% e 18%, respetivamente.
De acordo com a imprensa americana, este retrocesso coincide com o deteriorar das relações bilaterais após a chegada de Donald Trump ao poder. As suas declarações, em que chegou a insinuar que o Canadá poderia tornar-se o “51.º estado”, geraram desconforto tanto entre líderes políticos como entre cidadãos canadianos. O primeiro-ministro da província da Colúmbia Britânica, David Eby, classificou as afirmações de “ofensivas” e alertou que inevitavelmente criam rejeição entre os viajantes. Entretanto, autoridades como a governadora do Maine, Janet Mills, procuram restabelecer os laços com o vizinho do norte para recuperar parte do turismo perdido.
Certo é que o impacto económico é significativo. Os canadianos representam quase um quarto dos turistas estrangeiros nos EUA e, em 2024, geraram um impacto económico de 20,5 mil milhões de dólares. Por isso, esta quebra de visitantes preocupa as comunidades fronteiriças, onde o comércio local e o setor do turismo dependem em grande medida deste mercado.
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