No segundo trimestre de 2025 (junho, julho e agosto), as viagens realizadas pelos residentes em Portugal totalizaram seis milhões, uma subida de 22,1% face a igual trimestre de 2024, depois de terem crescido 16% no 1º trimestre 2025, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), destacando que esta trajetória de crescimento foi iniciada no 3.º trimestre de 2024.
O número de viagens aumentou em todos os meses do trimestre, indicando o INE crescimento de 51,8% em abril, explicado, em parte, pela ocorrência da Páscoa nesse mês, enquanto em 2024 ocorreu em março; +9,6% em maio e +11,1% em junho.
As viagens em território nacional continuaram a aumentar (+22,1%), atingindo cinco milhões (83,7% do total), assim como as viagens com destino ao estrangeiro, que registaram um aumento de 21,9% e totalizaram 975 mil deslocações (16,3% do total).
As principais motivações para viajar no 2.º trimestre de 2025 foram o “lazer, recreio ou férias”, que originou três milhões de viagens, correspondendo a um crescimento de 23,9% relativamente a período homólogo de 2024 (49,8% do total, +0,7 p.p. face ao 2.º trimestre de 2024), e a “visita a familiares ou amigos”, que motivou cerca de 2,2 milhões de viagens dos residentes, uma subida de 16,1% face ao mesmo período do ano transato (36,5%, -1,9 p.p. face ao 2.º trimestre 2024).
Internamente, “lazer, recreio ou férias” foi a principal motivação dos residentes para viajar, quer em território nacional (45,9% das deslocações nacionais; 2,3 milhões de viagens) quer nas deslocações ao estrangeiro (69,5% do total de deslocações fora do território nacional; 677,3 mil viagens). O segundo principal motivo das deslocações foi a “visita a familiares e amigos” (40,7% do total de viagens em território nacional, com 2 milhões de viagens, e 15,1% do total das viagens ao estrangeiro, com 147,1 mil viagens).
Por sua vez, as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” aumentaram 25,4%, totalizando 470,2 mil deslocações (7,9% do total; +0,2 p.p. face ao 2.º trimestre de 2024).
O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (52,7% das dormidas) no 2.º trimestre de 2025, ao acolher 10,6 milhões de dormidas nas viagens de residentes, na sua grande maioria motivadas pela “visita a familiares ou amigos”. Os “hotéis e similares” concentraram 30,7% das dormidas (6,1 milhões), maioritariamente associadas a viagens por “motivos profissionais ou de negócios” e “lazer, recreio ou férias”.
A marcação prévia de serviços foi utilizada em 43,6% das viagens dos residentes realizadas no 2.º trimestre de 2025 (+0,5 p.p.), sendo mais frequente nas deslocações com destino ao estrangeiro (92,4%; -1,8 p.p.) e menos comum nas viagens em território nacional (34,1%; +1,0 p.p.).
No processo de organização das deslocações, a internet foi utilizada em 30,1% das situações (+0,1 p.p.), tendo sido a principal opção de planeamento em 67,5% das viagens para o estrangeiro (-1,9 p.p.) e em 23,2% das realizadas em território nacional (+0,5 p.p.).
Importa assinalar que os resultados do 2.º trimestre de 2025 foram influenciados pela estrutura móvel do calendário, ou seja, pelo efeito do período associado à Páscoa, que ocorreu este ano em abril, enquanto no ano anterior se concentrou, essencialmente, em março.
Finalmente, no período em análise, cada viagem teve uma duração média de 3,35 noites (3,52 no 2.º trimestre de 2024), com a duração média mais longa a ser registada em junho (3,85 noites; 3,98 em junho de 2024) e a mais baixa em maio (2,87 noites; 3,21 em maio de 2024).
Os dados do INE mostram ainda que no 2.º trimestre de 2025, 25,6% dos residentes fizeram pelo menos uma deslocação turística, +3,7 p.p. face ao mesmo período do ano anterior. Numa análise mensal, e em termos homólogos, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma viagem aumentou em todos os meses do período em análise: +4,5 p.p. em abril, +0,6 p.p. em maio e +1,6 p.p. em junho.



