O impacto econômico do turismo de negócios e eventos corporativos atingiu os 5,674 mil milhões de euros, em 2024, na Comunidade de Madrid, o equivalente a 2% seu Produto Interno Bruto (PIB), com mais de 42.000 empregos diretos.
O relatório “O turismo de eventos na Comunidade de Madrid: uma aproximação ao seu impacto econômico”, da autoria do Instituto de Estudos Económicos (IEE), revela ainda que, no ano passado, a capital espanhola recebeu mais de 54.700 reuniões e 2,6 milhões de visitantes, concentrando quase um quarto de todos os participantes nacionais neste topo de eventos.
O relatório salienta, também, que o turismo de negócios “fortalece a reputação como centro de negócios, inovação e conhecimento”, destacando a atividade da IFEMA Madrid, cujo segmento MICE representou uma “elevada percentagem destas receitas”.
No segmento da cultura, o Mad Cool ou os mega-concertos “evidenciam a capacidade da Comunidade de Madrid para organizar eventos à escala global, com impactos imediatos no alojamento e preços na hotelaria”.
O relatório aponta ainda que a Comunidade de Madrid se posiciona “entre as primeiras regiões europeias por volume de atividade MICE”, muito devido à “conectividade aérea, capacidade hoteleira e restauração”, bem como “rede de infraestruturas e ecossistema empresarial especializado”.
“Este dinamismo contribui e reforça a marca ‘Espanha’ e projeta-a internacionalmente com uma imagem de um país vinculado à inovação, cultura e negócios”,
Nas conclusões do relatório é referido igualmente que esta atividade gera “multiplicadores económicos da ordem de dois euros por cada euro de despesa direta e um efeito fiscal especialmente significativo”, uma vez que por cada euro investido no turismo MICE, a administração obtém sempre um retorno superior. Em alguns casos concretos, dependendo do tipo de evento e da composição da despesa, esse retorno pode ultrapassar os quatro euros.
Por isso, “qualquer tipo de evento em que haja uma despesa média por turista relevante”, como a Fórmula 1, que terá um Grande Prémio em Madrid a partir de 2026, terá “um impacto muito significativo” na região.
Desafios para crescer
No entanto, para ampliar e manter esta vantagem competitiva, o relatório do IEE considera “necessária” uma estratégia que integre as tendências globais do setor, especialmente aquelas que conferem um maior protagonismo à sustentabilidade e à digitalização. Neste sentido, destaca “a relevância” da iniciativa privada através dos modelos de colaboração público-privada, nos quais convergem promotores, recintos, operadores turísticos, serviços profissionais e consultoras especializadas.
Para além da promoção turística tradicional, propõe-se uma estratégia articulada em torno da cultura, do desporto e dos eventos MICE, acompanhada por uma participação “ativa” em fóruns e redes internacionais ligadas a setores estratégicos.
“Campanhas internacionais de promoção coordenadas e a apresentação de candidaturas sólidas a grandes eventos globais permitirão consolidar o papel da Comunidade de Madrid nas redes internacionais de turismo, negócios e conhecimento”, termina o Instituto de Estudos Econômico .



