O novo presidente do conselho de administração do grupo SATA, Tiago Santos, revelou que, em 2026, a Azores Airlines, companhia aérea do grupo de aviação açoriano, vai concentrar a sua atividade nas ligações ao Continente e à América do Norte, uma vez que estas são as rotas da companhia aérea que apresenta “melhor desempenho”.
De acordo com uma audição do responsável na Comissão de Economia do parlamento açoriano, em Angra do Heroísmo, a Azores Airlines tem previstos, para 2026, “ajustamentos de algumas rotas” e “algumas reduções de frequências”.
“Como temos aeronaves escassas e recursos humanos escassos, não nos podemos dar ao luxo de os afetar a rotas não lucrativas e que nada têm a ver com a missão Açores”, explicou Tiago Santos.
O presidente do conselho de administração do grupo SATA acrescentou que a Azores Airlines está a concluir “os planos de exploração” para 2026, de forma a garantir “uma operação o mais rentável possível”.
Entre as rotas que eram deficientes e que, entretanto, já foram canceladas, Tiago Santo destacou Londres com “o caso mais evidente”, além de um “conjunto de rotas que não estavam a ter o retorno necessário”, pelo que a transportadora teve de tomar a “decisão corajosa” de as cancelar.
Já as rotas da Azores Airlines com melhor desempenho são as que ligam os Açores ao Continente e à América do Norte, neste caso devido à comunidade açoriana residente nos EUA e Canadá, pelo que, garantiu o responsável, a companhia aérea vai “concentrar a atividade na ligação ao continente e à diáspora açoriana”.
Tiago Santos explicou ainda que, “em 2024, a operação da Azores Airlines foi feita com 10 aviões próprios e três ACMI [aeronave, tripulação, manutenção e seguro]”, mas a companhia aérea está a planear uma redução de equipamentos para 2026, estando prevista a utilização de nove aviões, menos um do que no ano passado, e sem qualquer ACMI.
Quanto à SATA Air Açores, que voa apenas no arquipélago açoriano, Tiago Santos abordou ainda a renovação da frota, admitindo a necessidade de renovar as aeronaves Q-200, apesar de considerar que “não há no mercado uma aeronave que faça o que os Q-200 fazem”.
“A ideia será estender o período de vida dos Q-200, garantindo que temos tempo suficiente para o mercado oferecer as aeronaves que estão em conceção e desenvolvimento para garantir que esta falha de mercado é corrigida. Antecipamos que vá acontecer nos próximos cinco a seis anos”, revelou.
Tiago Santos é o presidente do conselho de administração do grupo SATA desde o início de dezembro e toma oficialmente posse no início de janeiro, substituindo Rui Coutinho, que pediu a demissão do cargo, invocando razões profissionais.



