Portugal corre contra o tempo perdido para tentar recuperar as receitas perdidas na atividade turística durante a pandemia e pensando nisso, segundo a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, o país espera atingir este ano metade das receitas turísticas de 2019, pré-pandemia, mantendo “a ambição” de alcançar em 2027 a marca de 28 mil milhões de euros.
As exportações portuguesas de turismo, que representam os gastos no país por turistas residentes no estrangeiro, atingiram em 2019 o recorde de 18.430,72 milhões de euros, um aumento de 1.377,18 milhões face a 2018, que também tinha sido recorde (para ler mais clique aqui).
Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, disse que a previsão para este ano é alcançar metade desse montante, meta muito difícil de ser atingida, até porque Portugal manteve as fronteira fechadas para um dos principais polos emissores de turistas que é o Brasil, prejudicando inclusive a companhia aérea TAP. Somente depois de vários apelos dos setor hoteleiro é que o Governo Português resolveu liberar a fronteira, quando vários outros países já havia aberto o acesso dos brasileiros. Neste tempo perdeu de vender os pacotes de final de ano.
“Temos ainda incerteza pela frente, mas, tendo em conta que o Verão foi um pouco melhor do que aquilo que pensámos, estamos certos de que, provavelmente, vai ser esse número, muito em linha, aliás, com os outros países europeus que também trabalham no turismo” como Portugal, disse Rita Marques, citada pela agência Lusa.
No Plano Reactivar o Turismo | Construir o Futuro, apresentado pelo Governo em Maio passado, está incluída “a perspectiva” do país este ano “atingir 50% das receitas [que teve] em 2019”, lembrou a secretária de Estado, que falava aos jornalistas em Évora, na conferência “A World for Travel”.
Rita Marques também defendeu que é preciso “sobretudo um melhor turismo”.
“Evidentemente que queremos as receitas turísticas”, mas acima de tudo “o que queremos é providenciar” a quem visita Portugal “uma experiência turística de qualidade, sustentável, que possa diminuir de forma muito relevante a nossa pegada neste mundo”, afirmou a governante.
“Não há turismo se não houver um melhor planeta”, disse. Embora estes sejam “tempos particularmente difíceis” para as empresas, ao nível económico-financeiro, devido à pandemia de covid-19, a secretária de Estado frisou que “a missão” de Portugal “em relação à sustentabilidade do turismo” não foi abalada.
Há “uma política pública clara” nesse sentido, mas esta “só faz sentido se for correspondida” pelos actores privados e pelos turistas, o que tem acontecido. “Temos tido algumas dificuldades de natureza económico-financeiras nas nossas empresas, estamos a tentar resolver esse tema, mas também temos identificado no sector uma grande ambição para transformar o turismo”, disse Rita Marques.