MEIO AMBIENTE

LATAM assina acordo com a Future Carbon na COP28

A LATAM acaba de assinar em Dubai (Emirados Árabes Unidos) um termo de intenção com a Future Carbon para compensar 400 mil toneladas de CO2 com a geração de créditos de carbono que ajudarão a proteger 22 mil hectares dos biomas Amazônia e Cerrado do Brasil nos próximos 10 anos. O acordo foi assinado na COP28, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em cerimônia exclusiva no The Conduit, uma comunidade global que reúne investidores, empreendedores e lideranças empresariais e da sociedade civil que buscam soluções para gerar um impacto positivo no mundo. Os créditos gerados pela parceria ajudarão a conservar projeto em estágio inicial e exclusivo da LATAM em região sob forte risco de desmatamento e degradação no Mato Grosso.

Ao longo dos próximos 10 anos, serão 400 mil toneladas de CO2 geradas no modelo REDD+, que estabelece a redução de emissões de gases de efeito estufa provenientes do desmatamento e degradação ambiental por meio da conservação e aumento dos estoques de carbono florestal e manejo sustentável das florestas. Assinaram o acordo Maria Elisa Curcio, diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da LATAM Brasil, Lígia Sato, gerente de Sustentabilidade da LATAM Brasil, Fabio Galindo, CEO da Future Carbon e Pedro Plastino, CBO da Future Carbon.

Os 22 mil hectares que serão protegidos e conservados pela LATAM estão situados nos municípios de Nova Olímpia, Denise, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu e Barra do Bugres, na região de transição entre os biomas da Amazônia (64%) e do Cerrado (36%). A iniciativa tem impacto potencial no clima (armazenamento e sequestro de carbono), na comunidade (destinação de recursos para o fundo socioambiental para promoção de ações em benefício da população local) e na biodiversidade (conservação da fauna e flora local e beneficiamento de produtos da bioeconomia).

“A LATAM tem um compromisso de longo prazo com o Brasil, a América do Sul e demais regiões onde atua. A geração de créditos de carbono é um dos caminhos para contribuir com a conservação efetiva dos nossos ecossistemas de ameaças reais como o desmatamento. Escolhemos um projeto 100% brasileiro e em estágio inicial porque queremos ir muito além da simples aquisição de créditos de carbono. Queremos fazer parte da tomada de decisões e contribuir ativamente com medidas ambientais e socioeconômicas para manter os biomas do Brasil em pé e colaborar com as comunidades presentes”, explica Maria Elisa Curcio, diretora de Assuntos Corporativos, Regulatórios e Sustentabilidade da LATAM Brasil.

“É muito simbólica essa assinatura. A Future Carbon e a LATAM estão aqui mostrando para o mundo o potencial da Amazônia, da América Latina e como podem transformar vidas a partir de projetos de crédito de carbono. Como empresa brasileira com atuação global a partir de Londres, também ficamos muito felizes em sermos recebidos aqui no The Conduit que agrega essa comunidade com tantos parceiros importantes na agenda climática. Estamos construindo o mundo que queremos viver, oferecendo soluções com alta integridade, alta qualidade, impacto social e, principalmente, colocando as pessoas e as comunidades no centro da estratégia”, comenta Fabio Galindo, CEO da Future Carbon Group.

A Future Carbon é uma climate business (empresa global no setor climático que atua como um ecossistema de soluções escaláveis em direção à descarbonização) que oferece soluções de ponta a ponta a partir de plataforma que agrega desenvolvimento de projetos de crédito de carbono, consultoria, carbon finance e concessões florestais. É parceira da LATAM no desenvolvimento do projeto Itamarati como parte da agenda de descarbonização da empresa rumo ao futuro NetZero.

A iniciativa anunciada em Dubai representa mais um avanço do grupo LATAM para atingir suas metas de reduzir e/ou compensar o equivalente a 50% das emissões domésticas até 2030 e ser uma companhia carbono neutro até 2050.

Desde 2022, a LATAM mantém uma aliança com a Fundação Cataruben no projeto CO2Bio, iniciativa de conservação e restauração de planícies inundadas e florestas na América do Sul. Localizado na Orinoquia colombiana, o projeto prevê capturar 11,3 milhões de toneladas de CO2 até 2030 em uma área de 575 mil hectares, o equivalente a mais de três vezes o tamanho de cidades como Bogotá e São Paulo. O projeto promove e implementa planos de conservação com base em critérios de sustentabilidade e uso histórico da terra, envolvendo a comunidade em ações de proteção, além de estabelecer boas práticas para que possam fazer uso sustentável dos recursos disponíveis neste importante ecossistema.

A LATAM teve uma participação ativa na COP28 junto a entidades governamentais, outros representantes do setor privado e autoridades acadêmicas. A LATAM tem como meta ser uma companhia carbono neutro até 2050 e defende que o Brasil precisa de uma política pública própria para o SAF, para que o uso do combustível sustentável de aviação não torne o transporte aéreo inacessível para a sua população e empresas. Saiba mais sobre a participação da LATAM na COP28 aqui.

A estratégia global de sustentabilidade do Grupo LATAM Airlines tem compromissos para promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico da América do Sul nos próximos 30 anos de forma colaborativa e baseada no diálogo. Todos os compromissos estão focados nos pilares de Mudanças Climáticas, Economia Circular e Valor Compartilhado, conectados com o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). As quatro principais metas do Grupo LATAM são: eliminar plásticos de uso único até 2023 e ser uma companhia zero resíduos para aterro sanitário até 2027; reduzir ou compensar o equivalente a 50% das emissões domésticas de CO2 até 2030; e ser uma companhia carbono neutro até 2050.

Especificamente no pilar de Mudanças Climáticas, a LATAM entende que o SAF (sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação) tem um enorme potencial para impulsionar a descarbonização da aviação, mas a sua produção em escala para atender às necessidades das companhias aéreas requer um marco regulatório com regras claras e coerentes, segurança jurídica para investimentos, além de incentivos e tributação adequados. Além disso, a descarbonização do setor aéreo não é uma tarefa que as companhias aéreas podem realizar sozinhas e o SAF também não é a única solução a ser buscada. A descarbonização da aviação requer atuação em outras três frentes: a incorporação de novas tecnologias, como frotas mais eficientes ou sistemas que permitam a otimização da operação; mais eficiências operacionais que possibilitem a redução das emissões; e a compensação das emissões.

Nesse sentido, a LATAM tem trabalhado junto à sua cadeia de valor. A empresa tem privilegiado, por exemplo, a aquisição de aeronaves mais eficientes, que consomem de 20% a 25% menos combustível, como o Airbus A320neo e o Boeing 787, e instalou softwares e ferramentas de machine learning que otimizam procedimentos, abastecimento e trajetórias dos aviões. Também começou a testar o uso de veículos elétricos para o atendimento das aeronaves em solo no aeroporto de Confins/Belo Horizonte e apoia a ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) e o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) no redesenho de 75 rotas do Brasil, que ajudou a reduzir em 62 milhões de quilos o consumo de QAV (Querosene de Aviação) e em 196 milhões de quilos as emissões de gás carbônico entre 2020 e o primeiro trimestre de 2023. Ao mesmo tempo, na frente de compensação das emissões, a LATAM está trabalhando para identificar projetos sérios e coerentes de créditos de carbono para apoiar a manutenção de ecossistemas essenciais da América do Sul, por meio do modelo da “floresta em pé”.

Até 2030, o Grupo LATAM quer incorporar até 5% de SAF produzido na América do Sul em suas operações. Por isso, apoia desde agosto de 2023 um estudo realizado pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) em parceria com a Airbus para avaliar os impactos das iniciativas para a descarbonização da aviação na América Latina. O material deve apresentar análises sobre os diferentes cenários para a implantação até 2050 do SAF, além de explorar os caminhos relacionados ao hidrogênio de baixo carbono, captura direta de ar e bioenergia com captura e armazenamento de carbono. Os resultados finais do estudo do MIT devem ser apresentados em abril de 2024.

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