“Eu acho mais fácil você conscientizar as crianças do que uma pessoa adulta, que já está com hábitos formados. É muito mais difícil você mudar o hábito de uma pessoa que já está acostumada. Não é impossível, mas é mais difícil. Por isso que eu prefiro trabalhar, focar nas crianças”.
Essas palavras são da professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), oceanógrafa, escritora e realizadora do audiovisual, Andrea Paiva, uma das atrações da programação da Festa Literária de Penedo 2024.
Na quarta-feira (10), no auditório da Biblioteca da Sociedade de Cultura e Arte Popular de Penedo, a ativista ambiental bateu um papo com alunos do 5º ano da Escola Municipal Santa Luzia. Com o tema – O Mar e o Lixo -, estudantes puderam conhecer um pouco mais sobre os danos à fauna e flora marinha, causados pela ação do homem ao descartar os resíduos sólidos de forma indiscriminada.
“Estou lançando aqui na FliPenedo um livro chamado Juvenal e o Paraíso, que trata justamente sobre a questão dos resíduos sólidos. Logo, surgiu a ideia de fazer essa oficina para crianças. Também tenho um filme que foi aprovado pela Lei Paulo Gustavo, a animação que se chama O Mar Sem Lixo, e essa oficina foi justamente para trabalhar as questões que estão sendo desenvolvidas no roteiro do filme, que trata também sobre os resíduos sólidos”, explicou Paiva.
Ativista ambiental e realizadora do audiovisual, a professora universitária sempre foi engajada na defesa do mar. “Toda essa problemática já vem desde o início, sempre fui uma ativista ambiental, sempre me sensibilizei pelas questões do lixo, principalmente o lixo dos mares, eu sou oceanógrafa e tenho um grande amor pelo mar, pelo oceano. O mar é meu tempo. E eu fico muito triste quando eu vou caminhando pela praia e vejo o lixo nos mares, e assim pensei que precisava fazer alguma coisa. A gente não está aqui no mundo somente por existir, a gente tem que deixar um legado. Então, surgiu o livro infantil Juvenal e o Paraíso e da obra surgiu o filme que está aprovado na Lei Paulo Gustavo, tanto do Estado, quanto da Prefeitura. E a oficina de hoje é um laboratório para o roteiro do filme”, acrescentou.
De acordo com Andrea Paiva, as respostas das crianças na oficina de hoje vão fazer parte do roteiro do filme. “A Yara que é a personagem dialoga com o Siri, e nesse diálogo, ela está procurando uma carta que recebeu em um sonho. Então, Yara quer saber a resposta desta carta e com isso, ela vai em vários ecossistemas, onde acaba vendo a ação, o efeito do lixo nos animais marinhos. Aí nesse contexto ela está em busca da resposta da carta que ela teve em sonho e a resposta da carta vai ser a fala das crianças obtidas na oficina. Vou dar voz ao que é a realidade, é uma ficção baseada em fatos reais, é uma animação e a resposta da carta vai ser a fala das crianças”, enfatizou.
O livro Juvenal e o Paraíso que fez surgir o filme de animação O Mar Sem Lixo são voltados ao público infanto-juvenil. A professora da Escola Santa Luzia, Rosy Mota, estava acompanhando os alunos do 5º ano e destacou a iniciativa de se trabalhar na conscientização das crianças nas primeiras fases da vida.
“Investir na educação ambiental, desde as primeiras fases da vida é importante para um futuro com pessoas mais conscientes. As crianças têm um papel importante na disseminação da informação e na cobrança, pois são puras e falam o que pensam. Por isso, trabalhar com o público infantil nas escolas nos permite participar do processo e discutir a responsabilidade compartilhada na preservação das praias, ressaltando que cada indivíduo desempenha um papel fundamental. A partir de agora podemos desenvolver e trabalhar atividades extracurriculares em sala de aula”, encerrou a docente da rede municipal de ensino.
Por: PMP