Pesquisa da Marriott Internacional, feita em sete países do Caribe e da América Latina (CALA), apontou que 90% dos entrevistados planejam realizar viagens domésticas ou internacionais nos próximos 12 meses, com mais da metade considerando o turismo uma prioridade em seus orçamentos.
Aspectos como segurança, facilidade de locomoção e custo total lideraram o ranking de temas levados em consideração na hora de escolher um destino, além de, claro, a receptividade à comunidade LGBTQIAPN+ e avaliações positivas nas redes sociais.
Os principais interesses ao viajar incluem relaxamento (59,7%), imersão cultural (56,4%) e sol e praia (53,4%). A pesquisa também indicou que, para 45,8% dos consultados, turistas LGBTs são adequadamente atendidos pelo setor turístico na região.
Outros 45% afirmaram ter maior probabilidade de reservar viagens com empresas que demonstram efetivo apoio à causa LGBTQIAPN+. Além do Brasil, México e Argentina também foram reconhecidos como os países mais receptivos à comunidade.
O Ministério do turismo disponibiliza uma série de cartilhas que orientam o correto atendimento a públicos específicos. Uma delas é a “Bem atender: turistas LGBTQIA+”. Conheça AQUI o material na íntegra.
A publicação online, que pode ser acessada por meio de aparelhos móveis, como celulares e tablets, começa com um completo esclarecimento sobre discriminação, identidade de gênero, orientação sexual e conceitos importantes, a exemplo de cisgênero e transgênero, não binário, transexuais, intersexo, homem e mulher trans e travesti.
A cartilha também indica a melhor maneira de se referir a visitantes, principalmente à população trans, para que não haja preconceito. “Trate as pessoas pelos pronomes de tratamento Senhor ou Senhora de acordo com a identidade de gênero. Se tiver dúvida, pergunte como a pessoa prefere ser chamada”, recomenda o guia do MTur.
Outra dica é o tratamento sempre igualitário a casais LGBTQIA+ ou heteroafetivos. “Em datas especiais, como Dia dos Namorados, considere a possibilidade de que dois homens ou duas mulheres sejam um casal. São casais da mesma maneira que os heterossexuais e, portanto, devem receber o mesmo tratamento”, alerta a publicação.
Em casos de reclamações quanto à LGBTQIAfobia – preconceito em virtude da identidade de gênero ou orientação sexual, ou todo e qualquer tipo de intolerância e violência direcionada a este público – a cartilha indica a utilização da legislação contra a LGBTQIAfobia, devendo o estabelecimento deixar clara a postura de respeito à diversidade.
A Constituição Federal de 1988 tem como objetivo fundamental promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (art. 3 , IV). Também prevê como direito fundamental que a lei puna qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais (art 5 , XLI). A discriminação a pessoas LGBTQIA+ pode ser igualada aos crimes de racismo.
O Governo Federal possui um telefone para denúncias de desrespeito aos direitos humanos, o Disque 100. Também existe o número 180 para denúncias de violência contra mulheres, incluindo trans e travestis. Além destas ferramentas, há diversas instituições estaduais e municipais que amparam a população LGBTQIA+ em caso de violência ou violação de direitos.
Foto: MTur – Freepik