ALAGOAS

Programa Estadual de Infarto Agudo do Miocárdio atende mais de 60 mil alagoanos

Texto de Neide Brandão

Um susto em família. A dor no peito, a falta de ar, dormência nas mãos e o medo da morte levaram o auxiliar de cozinha Agailton Lopes, 28 anos, e sua mãe, a dona de casa Helena Lopes, até o Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió. Ele infartando e ela desesperada pela situação dramática do filho. Hoje, ambos irradiam felicidade após um cateterismo realizado na Unidade de Hemodinâmica do maior hospital público de Alagoas, graças ao Programa Estadual de Infarto Agudo do Miocárdio, que já atendeu mais de 60 mil alagoanos.

Após passar pelo cateterismo, Agailton Lopes se recupera e, ao lado da mãe, afirmou estar emocionado com o atendimento que recebeu na Unidade de Hemodinâmica do HGE. “Quando cheguei ao hospital estava muito nervoso e apreensivo, pela dor que sentia no peito. Confesso que estou aliviado, porque minha vida foi salva e a assistência recebida aqui está me ajudando na recuperação. Só tenho agora que seguir as orientações médicas e passar a me cuidar melhor”, salientou, com o semblante aliviado.

E além dos milhares de eletrocardiogramas realizados nas Unidades de Emergência do Estado e nos Pronto Atendimentos, 4.308 procedimentos intervencionistas foram assegurados, sendo 2.691 cateterismos e 1.617 angioplastias. Dados computados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que mantém o serviço, por meio de convênio com a Fundação Cardiovascular de Alagoas (Cordial), mostram também que 170 pacientes receberam a implantação de marca-passos, 121 estudos eletrofisiológicos foram realizados e 29 ablações.

Recebendo o carinho da mãe, Agailton Lopes se recupera no HGE após passar por um cateterismo (Foto: Olival Santos)

Uma assistência precisa e eficiente, segundo destacou o coordenador do Programa Estadual de Infarto Agudo do Miocárdio, cardiologista Ricardo César Cavalcanti. “A iniciativa possibilitou o acesso dos pacientes da rede pública de saúde a exames e tratamentos cardiovasculares antes inexistentes para infartados, sobretudo a realização de angioplastia primária, que desobstrui artérias e salva vidas. Nos quatro anos de existência do programa, o Estado garantiu que mais 60 mil alagoanos tivessem direito a uma assistência cardiovascular adequada, cujo diagnóstico acontece com agilidade, evitando sequelas e mortes, em razão do infarto agudo do miocárdio”, salientou.

Cuidados com o coração – A mudança do estilo de vida ajuda a controlar os fatores de risco das doenças do coração, segundo recomendou o cardiologista Rafael Cavalcanti. “Não fumar, praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação saudável e balanceada, com quantidades adequadas de sal, açúcares e gorduras, além de controlar o peso, a pressão arterial, o diabetes, o colesterol e o estresse são modificações possíveis de estilo de vida que melhoram não só a sobrevida, mas, especialmente, a qualidade de vida das pessoas. Uma simples rotina de realizar atividades físicas regulares tem um excelente efeito terapêutico e consegue muitas vezes reduzir a necessidade de medicações”, orientou o especialista.

Otoni Veríssimo, diretor executivo da Fundação Cordial, disse que o Programa Estadual de Infarto Agudo do Miocárdio surgiu da problemática social alagoana, onde o Estado era um dos poucos da federação que não possuía um serviço estruturado para prevenção, diagnóstico e tratamento do infarto no SUS. “Agora, através da angioplastia primária, oferecemos uma porta de entrada ampla e irrestrita no HGE, articulado com a Rede de Urgência e Emergência do Estado, o que inclui UPAs [Unidades de Pronto Atendimento], Unidade de Emergência do Agreste e o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]”, informou.

Ele explicou que o programa é construído através da união destas instituições, onde os profissionais trabalham para garantir a vida dos pacientes. “Hoje, possuímos uma rede integrada e capacitada, que une tecnologia, através da telemedicina nas UPAs e Unidades de Emergência no interior do estado, realizando eletrocardiograma e diagnóstico rápido do infarto, com cardiologistas para suporte e segunda opinião médica, articulada com o Samu, que assegura o transporte do paciente até o HGE, onde ele é tratado através da angioplastia primária de forma humanizada e eficiente”, salientou.

Unidade de Hemodinâmica do HGE garante assistência qualificada a paciente do SUS em Alagoas (Foto: Olival Santos)

Para o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, o Programa Estadual de Infarto Agudo do Miocárdio, mesmo diante da complexidade do quadro clínico dos pacientes que chegam ao HGE tem, representa um divisor de águas na saúde pública de Alagoas. “Conseguimos priorizar os atendimentos, reduzimos o tempo de espera dos nossos usuários e diminuímos o período de internamento, sem perder a qualidade da eficiência no tratamento”, evidenciou.

Alexandre Ayres ressaltou que a parceria com a Fundação Cardiovascular de Alagoas tem surtido efeitos relevantes o Estado, resgatando a saúde de crianças e adultos cardiopatas. “O governador Renan Filho tem feito sua parte, de maneira corajosa e com os pés no chão, respeitando os recursos públicos que o cidadão alagoano paga através dos impostos”, sentenciou.

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