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Pesca no mar do Nordeste pode ser extinta

Algas marinhas contaminadas com óleo surgem todos os dias nas praias do Pontal do Peba, um  dos maiores bancos de camarão do Nordeste

A visita do Presidente da República, o senador Davi Alcolumbre a Alagoas foi na verdade apenas uma ação institucional de apoio ao Nordeste, neste momento que sofre com a presença de manchas de petróleo cru, nos 2 mil quilômetros de praia. Segundo lideranças políticas que o acompanhavam, o presidente em exercício ficou sensibilizado com a situação e assim que assumiu o cargo interinamente resolveu visitar os estados e Alagoas e Sergipe.

O presidente em exercício se comprometeu em solicitar a edição de uma Medida Provisória (MP) que agilizem a liberação de recursos para ações de limpeza e prevenção para impedir que as mancas cheguem às praias. Entretanto a maior preocupação da comitiva que visitou Alagoas e Sergipe é com relação, não só a atividade turística, mas a cadeira produtiva da pesca que está ameaçado, já que os ambientalistas alertam que as consequências mais serias, serão sentidas nos próximos meses

Militares e pescadores desesperados no recolhimento de alga marinhas na Praia do Peba

No discurso do Presidente da República em exercício, Davi Alcolumbre, realizado ontem em Alagoas, ficou claro que a pesca no Litoral Nordestino está comprometida, devido a presença as manchas de petróleo cru na região. O senador disse que vai propor a publicação de uma portaria prorrogando o segundo defeso para os pescadores por três meses.

Isto implica dizer que duas coisas poderão ocorrer: o desaparecimento do pescado no mar, ou simplesmente a proibição da atividade até que a situação se normalizar. A preocupação foi abortada pelo senador Fernando Collor, dizendo que são 60 mil trabalhadores que sobrevivem da pesca no Nordeste e que movimentam toda uma cadeia produtiva, envolvendo bares, restaurantes e a rede hoteleira.

Os danos que as manchas de petróleo, ainda não foram avaliados em toda sua extensão. Segundo o senador Fabiano Contarato, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, os danos ambientais causado surgiram num futuro bem próximo, pois a demora na tomada de ações, que busque localizar as manchas e removê-la, não estão sendo tomadas no tempo devido. Segundo ele, o agravamento do problema se deve ao que ele chamou de desmonte dos órgãos ambientais federais. No primeiro momento o setor da atividade turística será o primeiro a sentir as consequências, mas em poucos meses o setor da pesca e todo ecossistema vai sentir dos efeitos desse desastre ambiental.

Banco de camarão

Um dos maiores bancos de camarão do Nordeste está localizado na Foz do Rio São Francisco, precisamente no Pontal do Peba, uma Área de Preservação Ambiental (APA), está ameaçado com a manchas de óleo que estão presentes nas águas e nas praias. A esperança é que o Velho Chico, ganha força com o aumento da vazão nas barragens, para empurrar a correnteza para longe dos bancos e camarão.

Na praia do Peba milhas de famílias sobrevive da atividade pesqueira. A preocupação está estampada no rosto de cada trabalhador que vive do que o mar oferece como sustento. Na última quarta-feira, todos se uniram aos militares para retirar as algas que surgiram na praia contaminada pelo óleo. Todos estão apreensivos com o que está ocorrendo no fundo mar, com a fauna marinha.

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