Com o objetivo de promover a utilização de tecnologias sociais de reuso e tratamento de águas cinzas e negras, o projeto do Instituto Terraviva “Promoção de práticas sustentáveis de saneamento rural” é um dos contemplados pelo Edital Algás Social 2016-2017 e busca atender a agricultores familiares do município de Arapiraca.
Em março de 2017, o Instituto deu início à aplicação de tecnologias sociais de reuso da água nas comunidades rurais do Agreste alagoano para levar saneamento básico às 40 famílias participantes do projeto – habitantes de áreas remotas e sem acesso a esse direito fundamental. Ainda em andamento, a iniciativa estabelece a construção de fossas agroecológicas ou bacias de evapotranspiração (BET), filtros biológicos e os círculos “vivos”, também conhecidos como círculo de bananeiras.
A água cinza, proveniente de chuveiros e pias de banheiro e cozinha, e a água negra, vinda de vasos sanitários, são tratadas através de um processo de filtragem dos resíduos da água por mecanismos de impedimento físico, como pedras e cascalhos. Em seguida, a água passa por um círculo de bananeira que permite a transformação dos resíduos humanos em nutrientes para as plantas.
Segundo Van Giap, biólogo do Instituto, “a população rural do semiárido está habituada a racionalizar o uso da água, principalmente, pelas limitações climáticas, características da região”. Ele ainda ressalta como, às vezes, essa reutilização é feita sem tratamento e de modo equivocado e enfatiza a meta do projeto: “Quebrar o paradigma para que o esgoto deixe de ser considerado um problema para tornar-se uma solução eficaz e rentável”.
Um dos sítios beneficiados pelo projeto foi o da senhora Arlene Ferreira que celebrou o sucesso da tecnologia implantada em sua residência, no povoado Vila Aparecida. Lá, foram plantadas abóboras e bananas-maçã. Com o crescimento do cultivo, outros agricultores da região perceberam que o projeto era produtivo e que eles poderiam solicitar a implantação das tecnologias em seus sítios.
O projeto do Instituto Terraviva é um dos contemplados no primeiro Edital Algás Social. Para o diretor presidente da Algás, Arnóbio Cavalcanti, “levar o nome da Algás para áreas de difícil acesso no interior de Alagoas reforça a importância do desenvolvimento sustentável e da conscientização ambiental”.