O turismo de natureza é uma das principais apostas para impulsionar a recuperação do setor em todo o mundo. E, para promover este segmento no país, o Ministério do Turismo realizou, na última quinta-feira (05.08), um treinamento para agentes de viagens com foco em trilhas de longo curso – corredores ecológicos que podem ser percorridos por visitantes principalmente a pé ou de bicicleta. O treinamento “Trilhas do Brasil” ocorreu na plataforma online da WTM Latin America, uma das feiras mais importantes para o turismo no país, antecedendo o início do evento, marcado para a próxima terça-feira (10.08).
“Todas as previsões apontam que o grande destaque dessa retomada será a busca por turismo de natureza. Um dado do Google Internacional mostra que antes da pandemia, 10 a cada 100 buscas eram sobre turismo de natureza. Depois da pandemia, esse número saltou para 54. Isso só nos mostra como podemos crescer e que ainda estamos muito distantes de todo o nosso potencial. Por isso a importância de mobilizarmos o setor para o turismo verde e sustentável, atraindo mais visitantes”, destaca o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.
O treinamento contou com a presença de representantes de três trilhas de longo curso brasileiras: Caminhos da Fé (MG/SP), Caminho de Cora Coralina (GO) e Trilha Transcarioca (RJ). “A nossa proposta foi disponibilizar um espaço para estimular a promoção e a comercialização de experiências e atividades turísticas nos percursos brasileiros de longo curso”, comentou a coordenadora de Posicionamento de Produtos Turísticos do Ministério do Turismo, Fabiana Oliveira.
Abrindo o encontro, o presidente da Associação Rede Trilhas de Longo Curso, Hugo Castro, apresentou o cenário do segmento no mundo, destacando que há um mercado interno com uma demanda ainda reprimida e, portanto, com potencial de crescimento. “No Brasil a gente tem demanda interna para isso? O Brasil é o quinto país que manda mais pessoas para percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha. As pessoas recebem em real e vão pagar em euro, seis vezes mais, para percorrer um caminho, enquanto no Brasil há caminhos maravilhosos”, disse.
CAMINHO DA FÉ – A trilha foi inspirada no milenar percurso espanhol Caminho de Compostela. A rota é composta por cerca de 900 km, atravessando a Serra da Mantiqueira e passando por estradas vicinais, trilhas, bosques e asfalto entre os estados de São Paulo e Minas Gerais. Há trajetos diferenciados que possibilitam viagens de 4 a 30 dias, proporcionando momentos de reflexão, fé e integração do homem com a natureza. O destino final de quem completa a trilha é o Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP).
“Existe uma rede de apoio ao longo da trilha, seja uma venda, um restaurante, uma casa de alguém que vai oferecer alguma coisa, assim como hospedagem. Tudo isso, no mínimo, a cada 20 km”, conta Camila Bassi Teixeira, gerente executiva do Caminho da Fé.
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CAMINHO DE CORA CORALINA – Fundada em 2018, a trilha soma 300 km de extensão, passando por 8 povoados em 8 municípios do estado de Goiás, que podem ser percorridos entre 13 e 15 dias a pé ou de 5 a 8 dias de bicicleta. O percurso tem início em Corumbá de Goiás e se encerra na Cidade de Goiás. Há pousos e alimentação ao longo de toda a trilha, que, além de possibilitarem a contemplação da natureza, oferecem uma grande diversidade de história, gastronomia e poesia.
“É possível encontrar trechos de poesias de Cora Coralina durante o trajeto. E temos o passaporte peregrino que é validado no final da caminhada, na Cidade de Goiás”, aponta Shirlene Alvares, sócia da operadora de Turismo de Aventura Pés no Cerrado Hiking & Trekking e secretária-executiva do Caminho Cora Coralina.
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TRILHA TRANSCARIOCA – A trilha cruza o Rio de Janeiro em um trajeto de cerca de 180 km, que começa em Barra de Guaratiba e termina no Morro da Urca, aos pés do Pão de Açúcar. O roteiro passa por 27 bairros e mais de uma dezena de unidades de conservação, passando por cachoeiras e Mata Atlântica. Só pode ser feia a pé e, para completá-la, o caminhante leva de 9 a 12 dias, mas há opções de trajetos mais curtos também.
“Temos produtos que possibilitam fazer um percurso em uma tarde ou em um fim de semana. Temos protocolos específicos que já permitem a comercialização dessas possibilidades. Construímos esses protocolos junto com as unidades de conservação”, explica Fábio Nascimento, coordenador de Empreendedorismo da Trilha Transcarioca e presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (ACTA).
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TURISMO EM NATUREZA – Em julho, para colocar o segmento em evidência no país, o Ministério do Turismo lançou a Campanha Turismo em Natureza, com o slogan “Viaje pelo Brasil. Gigante pela própria natureza”. As peças publicitárias têm como foco a experiência do viajante e retratam a importância do turismo consciente, responsável e seguro, proporcionando o aumento no receptivo de turistas.
Entre os potenciais de turismo em natureza no Brasil estão as unidades de conservação, que, apesar de terem fechado as portas em grande parte do ano de 2020 por conta da pandemia de Covid-19, registraram 8,8 milhões de visitas nos seis meses em que estiveram abertas.
Por Amanda Costa
Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo