
A companhia aérea Ryanair anunciou que vai retirar três aviões da sua base em Lisboa e cancelar 19 rotas na capital portuguesa, em retaliação ao fato por não conseguido os 18 slots, que a TAP vai abandonar, por exigência de Bruxelas e não foram destinados a outra empresa não vão estar disponíveis até ao próximo inverno.
Segundo a Ryanair, em comunicado explica que foi “forçada” a tomar esta decisão devido “ao fato da TAP continuar a bloquear slots no aeroporto de Lisboa, os quais “não pode nem irá utilizar neste verão”.
“Os cancelamentos irão reduzir as opções de viagem para todos os visitantes, bem como a perda de 150 empregos bem pagos na área da aviação, em Lisboa”, indica a companhia aérea low cost, revelando que esta decisão obriga também ao cancelamento de “5000 voos, 900.000 passageiros e de 19 rotas de Lisboa”, já este verão.
A Ryanair informou ainda que tentou evitar este desfecho, e lembra que, por duas vezes, enviou uma carta ao primeiro-ministro António Costa, solicitando a intervenção do líder do executivo na atribuição dos slots da TAP a tempo do verão.
“Estes cancelamentos – que poderiam ser evitados – acontecem após inúmeras tentativas, por parte da Ryanair, em solicitar ao Governo Português que interviesse na libertação dos slots inutilizados pela TAP no Verão 2022. Enquanto a Ryanair continua a contribuir para o crescimento e investimento em Portugal, a TAP recebeu 3 mil milhões de euros em auxílios estatais, reduziu a sua frota em 20%, terminou com milhares de postos de trabalho e ainda libertou apenas menos de 5% dos seus slots em Lisboa, bloqueando assim o crescimento de outras companhias aéreas”, lê-se no comunicado da Ryanair.
De acordo com a Ryanair, o caso das low cost , serem impedidos de utilizar os slots “tem um impacto negativo na economia de Lisboa”, já que vão ser cancelados 5.000 voos, o que corresponde a mais de 950.000 lugares a menos, enquanto o aeroporto da capital perde três aeronaves, num investimento de 300 milhões de dólares, e a cidade fica sem “150 empregos bem pagos na área da aviação e mais de 250 milhões de euros em receitas turísticas”.
Mas pelo que parece a decisão da Ryanair de saírem de Lisboa durante o verão é apenas um ato isolado já que vão regressar no próximo inverno, concretamente em outubro, uma vez que a companhia aérea diz ter “slots suficientes no inverno para estes voos”.
“Lamentamos este inconveniente desnecessário para todos os passageiros destes voos cancelados e a perda de 19 rotas devido ao bloqueio de slots não utilizados pela TAP no Verão de 202, em Lisboa. Este bloqueio anti concorrencial de slots impede o crescimento e atrasa a recuperação do tráfego, turismo e empregos em Lisboa”, destaca Michael O’Leary, CEO da Ryanair.
Segundo o responsável, os esforços da companhia aérea para obter a intervenção do primeiro-ministro resultaram em “0 respostas”, o que leva a Ryanair a assumir já a retirada dos aviões, numa decisão que, frisa a companhia aérea, dita que Lisboa “irá ficar para trás, comparativamente a outras capitais da europeias”.
Segundo Michael O’Leary, “A Ryanair continua empenhada em devolver estas três aeronaves e 19 rotas para Lisboa, em outubro, para a sua programação de Inverno, ao mesmo tempo que retoma o crescimento do tráfego, turismo e empregos em Lisboa. Todos os passageiros afetados por estes cancelamentos irão receber notificações no email até ao final desta semana, com a possibilidade de reembolso ou voos alternativos de/para Lisboa para o Verão 2022”.