A TAP pode parar suas atividades em dezembro. A greve dos tripulantes aprovada nesta quinta-feira (03/11) para os dias 8 e 9 do último mês do ano, a mudança na tecnologia de gestão de vôos e a licença de centenas de tripulantes durante o período do Natal está a causar crise na aérea portuguesa.
A CEO da empresa, Christine Ourmières-Widener , admitiu que “é impossível gerir a TAP como devia com 300 tripulantes de licença no Natal” e reconhece que será necessário eliminar voos. “Ainda não temos o número final dos cancelamentos, mas terão certamente um impacto nas receitas e no transporte de passageiros”, afirmou.
O plano, que ainda está a ser concluído, deverá passar pela mudança de horários e dias dos voos, informou o administrador financeiro da companhia, Gonçalo Pires. “Vão ser meses decisivos onde nos vamos deparar com problemas operacionais”, disse o diretor da TAP, em declaração à imprensa a propósito do último trimestre.
“Dadas as restrições que temos, não só das licenças de paternidade, mas também dos desenvolvimentos tecnológicos dos operadores de tráfego quer em Portugal quer em França, estamos a equacionar a operação e anunciaremos um plano que proteja a operação e os clientes“, afirmou o diretor.
A análise ainda está em curso, mas Gonçalo Pires admite que o plano “provavelmente implicará a redução do número de voos”. “Podemos estar a falar de trocas de horários ou de dias”, garantindo que será “tudo será planejado, anunciado e comunicado”.
O administrador financeiro afirmou que este “é um tema que, infelizmente, é recorrente”, mas que a TAP tenta “proteger a operação o mais possível durante todo o ano, mas especialmente em períodos críticos como o Natal”.
Até dia 6 de dezembro, data para a qual está agendada nova Assembleia Geral, o sindicato vai tentar chegar a um acordo com a companhia aérea.
Carlos Vasconcelos – Correspondente em Lisboa