OPINIÃO

A história de um empreendedor: “Não sou herdeiro e nem ganhei na loteria”



Tadeu Almeida

Não sou herdeiro, nem ganhei na loteria. Comecei no turismo no ano de 1980 como guia de turismo. Entrei no ramo depois de uma viagem de colégio que fiz quando concluiu o terceiro ano científico. Foram cinco ou seis ônibus para Salvador, com acompanhamento de professores. No ônibus no qual viajei, me entusiasmei e dei uma de guia de turismo. Um dos professores, observando o meu desempenho, disse que eu daria um bom guia de turismo.



Prestei vestibular em Administração e obtive êxito. Comecei a estudar e, antes da conclusão do curso, mudei para o horário noturno. Fui trabalhar como guia de turismo na empresa Turismar, na Pajuçara, onde funcionava no Hotel do Mar, onde fiz amizade com o gerente e dono do hotel. Deixei a Turismar e fui trabalhar como guia de turismo em uma grande agência: a Aeroturismo, que na época tinha um receptivo forte.



Na Aeroturismo, conheci a minha futura esposa. Lá, eu ganhava 10 a 15 salários como guia de turismo, mas não tinha carteira assinada, como os demais guias de turismo de outras agências de viagens. À noite, eu trabalhava no Hotel do Mar como recepcionista, com carteira assinada, como meu pai sempre me alertava, pois se preocupava com minha aposentadoria. O trabalho era cansativo e eu, na verdade, perdia 30% do meu salário como guia de turismo. Meses depois, encerrei a minha carreira de recepcionista e, em 1986, me casei no dia 15 de setembro.



Casado, eu tinha que arranjar um emprego. Se tivesse continuado como guia teria acabado o meu casamento. Como faço amizade muito rápido, procurei novo emprego. Fui trabalhar como interno na Transamérica Turismo, que, para mim, foi uma escola, onde aprendi muito, inclusive a me defender, pois era muito inocente.



Trabalhei na Transamérica Turismo durante 3 anos. Ao sair, montei uma locadora de buggy. Para minha infelicidade, veio o Plano Cruzado e acabou com a locadora. Voltei a trabalhar em agência de turismo, dessa feita na Alatur, onde trabalhei apenas um mês, pois ao ir receber o meu salário, o gerente não quis pagar o combinado.



Deixei a Alatur e fui chamado para montar o receptivo da Caiçara Turismo. Trabalhei lá por 10 anos. Saí para montar a minha própria empresa: Status Turismo.



A Status Turismo trabalhava com turismo internacional. Na época, recebíamos turistas do Uruguai, Chile, Argentina , Itália e Portugal. Em 2006, houve uma feira internacional em Maceió, denominada Brazil National Tourism Mart – BNTM , promovida pela Comissão de Turismo Integrado do Nordeste – CTI/NE.



Durante a feira, um diretor Turisclub, Carlos Desebo, disse-me que o Brasil iria ficar muito caro pra vender e me explicou que U $1,00 iria ficar valendo R $1,00. Então, me deu uma ideia de arrendar um hotel. Segui o seu conselho e arrendei o Edifício Flamengo e o transformei no Hotel Lagoa Mar Inn, onde continuo até hoje, lutando. Não sou herdeiro e nem ganhei na loteria, repito. Por isso, preciso de vocês para manter essa chama acesa.

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