
Um relato de um dos passageiros do voo da Azul inaugural Recife/Madrid, o advogado Sergio Poggi Aubert, deve servir da alerta para contratação de aeronaves que não sejam da empresa que vendeu o voo. A viagem inaugural Recife-Madri, que deveria ter acontecido na noite da última quarta-feira (11). “Um descaso”, lamentou, de imediato, quando procurado pela reportagem do Diario de Pernambuco.
A via-crúcis de Sergio, e de outros passageiros, começou quando ele pôs os pés na aeronave: “A sensação de uma aeronave estranha. Poltronas velhas, cintos desgastados, telas de multimídia apagadas”.
O combo de problemas se estendia ao som dos avisos dados pelo comissário e comandante. “Inaudível, péssimo. Não dava para entender nada”, contou. E não só pela qualidade do equipamento. “Sou acostumado com o sotaque português, mas pouco se entendia o que o comandante falava”.
O advogado também foi surpreendido pelo tratamento pouco cordial recebido a bordo. “Nitidamente, percebia-se que eles estavam nervosos”, avaliou o estado do staff da EuroAtlantic, que a cada minuto na aeronave, não a toa, parecia contaminar os passageiros.
Tudo isso, com o avião ainda no solo. Pouco depois da decolagem, Sergio contou que a turbulência tomou conta da aeronave, pedidos para afivelar o cinto foram feitos. “Não demorou e o comandante, em um inglês bem ruim, avisou que precisaríamos retornar”.
Enquanto o avião dava voltas sobre o oceano para gastar o combustível e reduzir o peso da aeronave, o nervosismo da tripulação se transformou em rispidez no tratamento com os passageiros.
“Nos proibiram de levantar da poltrona. Não nos deixaram nem ir ao banheiro, chegaram a trancar a porta”, relatou o advogado. “Um passageiro falou que iria fazer ali mesmo, na poltrona”.
Até retornarem à pista do Aeroporto dos Guararapes, Sergio e os outros passageiros não tiveram informações sobre o que estava acontecendo, o que só aumentou a tensão.
A revolta do advogado, compartilhada pelos ocupantes das outras poltronas, era por contratar o serviço da Azul e voar em uma aeronave de outra companhia, que ele sequer conhecia.
FONTE: DIÁRIO DE PERNAMBUCO