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Prejuizo na CVC é de R$ 350 milhões e abala mercado

Finalmente a operadora CVC Corp informou seu o resultado da auditoria contábil relativo ao período de 2015 a 2019, revelando um prejuízo que chega a R$ 350 milhões, classificado como “erros” contábeis. A princípio se pensa em um rombo de R$ 250 milhões. “O impacto potencial estimado dos respectivos ajustes na receita líquida de vendas da companhia é de aproximadamente R$350 milhões e inclui exercícios anteriores a 2015 até 2019. A companhia estima ainda que, em virtude desses erros, possa ser possível recuperar cerca de R$ 55 milhões em tributos pagos indevidamente”, diz o comunicado publicado neste terça-feira (7).

Em meio a tudo isso vale lembrar que a empresa ainda não apresentou o balanço do primeiro trimestre de 2020.

A notícia chega em meio ao processo final de acerto de uma capitalização, que segundo o mercado é de cerca de R$ 1 bilhão e que tem como objetivo “fortalecer sua posição financeira diante dos desafios impostos pela pandemia de covid-19”, a CVC Corp.

A empresa tem como meta o dia 31 de julho como prazo para terminar esse levantamento e também apresentar as demonstrações financeiras de 2019 de forma a apresentá-las até 31 de julho de 2020.

Argumentos
A CVC informou que continua avaliando medidas adicionais para oxigenar as finanças da empresa e confirma que está com 900 de suas 1.400 lojas abertas, resolvendo problema de remarcação e reembolsos, cumprindo a MPs do Governo Federal. A empresa comunicou ainda que conseguiu enxugar custos com folha de pagamento, tributos, investimentos em projetos prioritários e juros da dívida. Reduzindo as despesas para uma média mensal de R$ 52 milhões, ao longo do segundo trimestre de 2020.

A CVC  comunicou ainda  que, “a redução significativa nas operações da companhia e de suas controladas ao longo de 2020 e as perspectivas relacionadas à retomada das atividades do setor de Viagens e Turismo indicam impossibilidade de recuperação de certos ativos, levando à necessidade de registro de provisão para impairment (quanto um ativo vale após sua utilização, obsolescência ou deterioração) no primeiro trimestre de 2020, em valor de aproximadamente R$ 475 milhões referentes a ativos intangíveis originados na aquisição de empresas, principalmente na Argentina; e R$ 81 milhões referentes a créditos de tributos diferidos relativos a prejuízos acumulados e diferenças temporárias que, no atual cenário, dificilmente serão utilizados em um período razoável (embora possam ainda ser utilizados no futuro)”.

Reembolso/custos

Os custos com cancelamentos e reembolsos foi grande, argumenta a A CVC Corp, chegando a R$ 96 milhões até 30 de junho de 2020. “Estes cancelamentos geraram perdas relativas a valores já pagos pela CVC e que não são recuperáveis (relacionados, por exemplo, a comissões e tarifas de cartões de crédito) de aproximadamente R$ 13 milhões. Adicionalmente, a companhia teve custos de aproximadamente R$ 3 milhões com a repatriação de passageiros durante a pandemia de covid-19”.

Houve também aumento da inadimplência por parte dos clientes, motivado pela recessão econômica, causado pela pandemia, chegando a R$ 72 milhões, relativos a saldos em aberto a receber de clientes e franquias. A empresa avalia como baixa a expectativa de recuperação desse montante.

“O atual cenário relativo ao segmento de Viagens e Turismo impôs à companhia perdas relacionadas a contratos com fornecedores que contemplam créditos para utilização futura, originados a partir de pagamentos antecipados e que já foram efetuados (relativos, por exemplo, a hotéis, companhias aéreas e navios) de aproximadamente R$ 16 milhões”, diz ainda o comunicado.

Adicionalmente, a CVC Corp contabiliza atualmente um saldo de aproximadamente R$ 380 milhões junto a companhias aéreas, referentes a bilhetes já pagos e que podem gerar perdas adicionais caso alguma companhia aérea encerre suas operações sem honrar ou transferir estes bilhetes para outra empresa.

Entretanto, mesmo com tantas informações a CVC  diz “que os dados são provisórios e que 3m 31 de julho apresentará os balanços definitivos de 2019 e dos três primeiros meses de 2020, além dos números finais dos erros contábeis dos balanços anteriores”.

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