A Caverna Furnas do Morcego, localizada na divisa de Alagoas e Bahia, no município de Delmiro Gouveia, que faz parte do complexo turístico de Angiquinho, e sob a responsabilidade da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), está fechado há mais de 6 anos e corre perigo de desabamento.
Segundo o superintendente do ICMBio, Emerson Leandro, que administra a região da APA Monumento do São Francisco, a Caverna Furna do Morcego necessita de um estudo geológico para apurar as condições estruturais e realizar sua recuperação.
O local tem um grande significado histórico para Alagoas e para o Nordeste, pois é citado no diário do Imperador D Pedro II, quando visitou o local. O Imperador ficou extasiado com a beleza da Caverna. A Caverna também chegou a abrigar o bando do cangaceiro Lampião diversas vezes.
Primeira hidrelétrica do Nordeste
O Complexo turístico de Angiquinho é composto de um superestrutura, que foi construída durante a década de 70, quando o comando da Chesf era dos militares, que cuidaram de estruturar o local, investindo na construção de um mirante panorâmico com arquibancada, estacionamento para veículos, acesso à Caverna através de um elevador (que precisa ser recuperado), e as antigas turbinas da primeira usina hidrelétrica do Nordeste, instalada por Delmiro Gouveia, no inicio do século XX.
As turbinas ficam dentro da casa de máquinas, cravada nos paredões dos Cânions e fazem parte da saga do pioneiro Delmiro Gouveia, um visionário para época, que também instalou na região a primeira indústria têxtil do Sertão Nordestino.
O acervo é formado por prédios, que ainda guardam o que sobrou do equipamento que faz parte desse patrimônio alagoano e brasileiro. Hoje o local se encontra fechado e sujeito a ação de vândalos e saqueadores de metal; que fez por outras aparecem no local para arrancar pedações do que sobrou dos trilhos de trem e placas de metal do acervo.
A enorme placa de bronze, que foi afixada pelo Imperador D. Pedro II, quando de sua visita ao local, hoje se encontra na Ilha do Urubu, em Paulo Afonso, na Bahia, juntamente com o carroção que ajudou a construir todo local.
Segundo apurou nosso blog, existe um processo em andamento para que a prefeitura de Delmiro Gouveia volte a administrar o local. Esse processo já dura dois anos e até agora não foi concluído. Entretanto vale lembrar que o problema é uma herança deixada por várias gestões municipais, que relegaram Angiquinho ao esquecimento.